E você, cadê?
A chuva cai lá fora, e o barulho dela faz um belo convite ao corpo cansado que deve dormir, porém, o sono precioso foi levado junto ao vento, junto às gotas que caem no relento da noite. Não era insônia, porém, nem mesmo "contar carneirinhos" adiantaria nesse momento. Qual o motivo disso? Você. É, você mesmo que não aparece, que não me inspira, que não me faz te amar. Você mesmo que eu desconheço, que eu não esqueço e que eu anseio em achar. Um poeta sem inspiração é feito um palhaço que não faz sorrir, um abraço que não aconchegue, um doce que não adoce a boca, e um perfume que não se pode sentir. Músicas novas são ouvidas, livros e poemas são lidos. Mas nada disso adianta, quando se existe a falta de uma inspiração específica, que enquanto não chega, entristece o coração do poeta, que sem saber o que dizer, pega suas frases antigas e relê.