Marcelo Déda Chagas

Já pensei de todas as formas quanto a escrever algumas linhas sobre este momento que marca a vida pública do Estado de Sergipe: o falecimento do Governador Marcelo Déda Chagas. Por alguns motivos desejei fugir desta mensagem, por outros motivos, me sinto impelida a levá-la adiante. E se vou levá-la adiante, sinto que devo ser justa com o político, com o cidadão comum e com o intelectual nascido na cidade de Simão Dias.

Marcelo Déda, apesar da diferença de idade, você tem uma vantagem de um pouco mais de uma década a menos que eu, isto não significa que eu não tenha acompanhado sua movimentação em Aracaju, em todo o Estado de Sergipe e, inclusive, em Brasília. Sua movimentação de político e intelectual, de carismático líder popular, de um belo e cavalheiresco rapaz de sorriso encantador. Entretanto, jamais se poderia dizer que a sua beleza o fez um vitorioso. Isto nunca!

Marcelo Déda, marcante na presença física, intelectual de palavra firme e arrebatadora, um profundo conhecedor da história dos brasileiros, especialmente dos sergipanos, dono de um poder de argumentação, convencimento e precisão nos seus discursos marcantes, apaixonados e apaixonantes.

Vi e ouvi você, Déda, homenagear, em um discurso inflamado e emocionado, o ex-governador de Sergipe, João de Seixas Dória (falecido em 31 de janeiro de 2012), no saguão onde estava sendo velado, no Palácio (Museu) Olímpio Campos. Com brilho e competência inquestionáveis, demonstrando conhecimento de causa e memória gigantesca, você teceu perante os presentes, diante do esquife, uma relevante panorâmica da vida e da obra daquele sergipano.

Déda, a Praça Fausto Cardoso está devidamente aparamentada e cheia do povo, do jeito que você gosta. Eu não sei quem fará o discurso em sua homenagem, mas espero que tenha a mesma força do seu, quando da despedida de Seixas Dória.