BARRO HUMANO
Pensando sobre as gentes.
"tem certos dias em que penso em minha gente..."
(Chico Buarque)
A gente que é gente, gente como toda gente, gente feita do mesmo barro humano susceptível a tanta corrosão fisica e metafísica, gente que inclusive ouve gente, fala com gente, observa gente porque tem por ofício ajudar, amparar, orientar, encorajar e cuidar de tanta gente, essa gente que vive a mesmíssima vida de todos nós, gente comum do tão comum cosmo, então, aos poucos, com o tempo, chegamos à seguinte conclusão: Ninguém nessa vida está livre duma rasteira...da própria vida. Acontece com todos.
Porque é a vida, essa de todos nós, a legítima dona de todos os nossos caminhos sentenciados pela lei da semeadura.
Gonzaguinha cantou: "é a vida, é bonita e é bonita!" E é mesmo!
Toquinho ensinou: é ela que depois ( e sempre!) nos convida a rir ou chorar".
Portanto, pobres daqueles míopes do sentido que com suas malfeitorias dissimuladas e plantadas no meio,pela tão pequena fração de tempo da vida, ainda acreditam que detém o poder sobre o todo deles.. e dos destinos inexoráveis das tantas gentes.
Gilberto Gil escreveu: "não se iludam...tudo permenecerá do jeito que tem sido...mas...também nos avisou: "tudo pode estar por um segundo: mães zelosas, pais corujas, vejam como de repente as águas ficam sujas".
Porque tudo na vida é de repente, e segundo Vinícus de Moraes, "é de repente não mais que de repente".
De repente para todas as gentes...é o tempo quem comanda as mudanças.
Oremos e vigiemos a escuridão dos becos do mundo, porque são cada vez maiores e mais escuros...justamente onde tudo parece inequívoca claridade...