O mau criminoso
Muitas vezes o mau, o criminoso não é, na realidade, mais do que um Espírito novo e ignorante em que a razão não teve tempo de amadurecer. O crime é sempre o resultado de um falso juízo. Ê por isso que as penalidades infligidas deveriam ser estabelecidas de modo que obrigassem o condenado a refletir e emendar-se. A sociedade deve corrigir com amor e nunca com ódio, sem o que se torna igualmente criminosa.
As almas são equivalentes em seu ponto de partida. Deus criou todos simples e ignorantes, para que tivessem méritos em suas conquistas. São diferentes por seus graus infinitos de adiantamento, umas novas, outras velhas. Com isso, diversamente desenvolvidas em moralidade e sabedoria, segundo a idade. Seria injusto pedir ao Espírito infantil méritos iguais aos que se pode esperar de um Espírito que viu e aprendeu muito. Daí uma grande diferenciação nas responsabilidades.
O Espírito só está verdadeiramente preparado para a liberdade no dia em que as leis universais, que lhe são externas, se tornem internas e conscientes pelo próprio fato de sua evolução. No dia em que ele se penetrar da lei e fizer dela a norma de suas ações, terá atingido o ponto moral em que o homem se possui, domina e governa a si mesmo.
Daí em diante já não precisará do constrangimento e da autoridade sociais para corrigir-se. E dá-se com a coletividade o que se dá com o indivíduo. Um povo só é verdadeiramente livre, digno da liberdade, se aprendeu a obedecer a lei moral, eterna e universal, que não emana de um Poder mais alto.