Atirando a esmo

Realmente me impressiona e intriga perceber como tem pessoas que desejam a morte (seja de quem for), que gozam de revirar os olhos quando desejam as grades da cadeia para A ou para B, como são muito melhores que o filósofo Aristóteles ao defenderem que tantos ou quantos têm que pagar por isto ou por aquilo.

Eu sinto a terra tremer sob meus pés quando alguém diz certas coisas. Parece até que todos esses aprendizes de justiceiros são santos, perfeitos, anjos de candura.

Nem venham para aqui dizer que eu estou defendendo este ou aquele, falo de coisas diferentes. Queria, de outra maneira, que as pessoas dissessem de quanto seria melhor se houvesse educação moral, ética, religiosa, humana e que fosse urdida de alguma forma uma sociedade de indivíduos mais justos e bons, que desejassem o bem para a maioria; que clamassem a Deus por mentalidades mais ternas, mais amorosas e carinhosas. Eu digo que, tenho certeza, nas mensagens que a natureza me transmite nas entranhas que, quando se deseja o mal, a morte, a tragédia a nosso semelhante, a nós mesmos desejamos. Isto é diferente de Justiça.

Temos a Justiça divina e temos a Justiça dos homens. O ser civilizado não promove mais violência. Esta semana, por exemplo, vi uma matéria, em um dos nossos jornais, em que se mostrava o procedimento da polícia da Inglaterra para localizar ladrões. Os policiais passam nos objetos uma tinta, especialmente desenvolvida para que sob determinada luz, venha a mostrar, no corpo ou nas vestes do ladrão, uma fosforescência que serve, então, de prova de aquele sujeito haver levado algo de alguém. Que coisa civilizada e científica eu vi na polícia inglesa!

Aqui, no Brasil, isto de dizer, tem que morrer, tem que matar, tem que esfolar, realmente é repugnante. Já pensou se todo policial nas ruas, entender que deve atirar por seja qual for o motivo?

Policial bom sabe atirar e não atira para matar. Policial bem preparado conhece estratégias melhores do que simplesmente meter a bala, pois, da mesma sorte que a bala atinge um elemento que assalta, pode ser mal desferida e atingir um inocente. Um policial bem treinado só atira para matar em casos extremos.