Rosa de Saron
Uma grande multidão na crosta terrestre anda em procissão... Enfileirados, sem direção... Não carregam bagagem nos ombros e vazias estão as suas mãos.
Enquanto caminham, um detalhe unânime requer a atenção: A mão direita abre-se na ressonância do coração... Num gesto suplicante de querer e reter.
Na longa jornada incessante parece que almejam encontrar algo perdido? Um portal para adentrar? Um lugar seguro? Uma luz, no escuro?
No magnetismo de suas mãos abertas e estendidas, propensas à receber, saem faíscas, representando a energia estagnada... Em mãos antes fechadas... Agora querendo apegar-se a um antigo desejo real... O que buscam tão ansiosamente, afinal?
Na altura da montanha mental, no sentido vertical, vê-se um madeiro com pregos enferrujados, onde foi sacrificado e anulado os seus pecados!
Eis a ânsia da busca dos peregrinos em evolução na sua estrada terrena: Tocar a mão do Mestre, vivenciando o seu sacrifício pela redenção. Sentem-se culpados pela crucificação? Almejam receber o perdão?
Vêem-se merecedores quando visualizam a formosura de uma rosa vermelha, que emerge do chão profundo de sua sequidão.
Aciona-se os registros da alma universal e atemporal, espiritual... E lembram-se de quando, no passado, esmagaram a rosa em suas mãos, na demência da emoção e da razão... Sentem o perfume que se reteu em suas mãos, no gesto esmagador, como um sinal de perdão e compaixão.
Uma gota de sangue da rosa outrora vermelha, em dor... Agora transforma-se na cor rosa do amor.
SempreRose&Angel-31.09.2013
Rose Besen