borboletas

Sempre acreditei que as borboletas vinham de espaços além da vida, pareciam carregar uma paz consigo invejável para um menino chateado do interior, é claro não mais chato do que descobrir a verdadeira precedência daquele ser curioso, me disseram o que eu precisava saber. Há verdades que podem ser como professoras cruéis dando lições e afazeres assim como aquela maldita agenda, nunca dizem o que quero ouvir. “malditas lagartas” que devoravam as folhas do jardim de minha mãe. É curioso o quanto as coisas podem se transformar diante de nossos olhos sem nos darmos conta. Mais observei bem pra ver o que sairia dele casulo.

Talvez a comparação mais próxima que já encontrei nos processos de mudança interna, sejam esse lugar em que aguardamos, num momento repleto de sonhos (pois no casulo, as lagartas dormem profundamente ), o surgimento da luz de uma vida nova, que tem o poder de ser tão arrebatadora quanto asas velozes batendo a deixar um passado sofrido no passado. Por favor, cuidado, a ilusão se forma quando não prestamos atenção no presente e isso, num sono profundo, é o combustível do sonho, quando acordamos ele deixa de existir.

Por isso oro: “Dai-me senhor, aquela pequena medida diária de liberdade que me faz perceber , em qualquer momento, esses sentimentos de ternura e bondade que só o senhor tem a capacidade de fazer nascer em mim , que esses sentimentos sejam tão duradouros quantos os ciclos dos dias que permaneço respirando.”

Sentimentos de libertação não são o produto de fenômenos químicos do cérebro, mais a fonte daquilo que tem a capacidade de nos libertar dos males criados no contexto de que a humanidade tem experimentado de mais terrível, e contexto pra isso não falta.

Há algo melhor em cada um de nós do que os objetivos a longo prazo, ou aquela necessidade de contarmos a alguém quantos bens materiais, acadêmicos etc.. pudemos acumular durante nossa fase de casulo ou borboleta. E isso deve ser encontrado por si mesmo, e é uma necessidade ilógica , pois trata de esquecer de si como ser individual e reconhecer uma identidade mais coletiva, não como mais um naquela multidão de anjos vestidos de branco no coral do pós vida, mais como parte de algo que já é grande e está sempre aqui, perto demais para ser notado facilmente.

Isso pode ser libertador pra alma e um bom denominador para aqueles que acreditam (o que é lamentável ), de que não passamos de nossos corpos.

Tesla da escrita
Enviado por Tesla da escrita em 13/10/2013
Reeditado em 13/10/2013
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