Desperta

Hoje estou desperta

Mesmo dormindo, continuo desperta

Meus sonhos se fundem com a realidade

Estou insone e dormente

As vezes me sinto presa a correntes invisíveis

Grilhões que me encarceraram, não posso vê-los, mas estão lá

Estão apertando-me os pulsos...

Liberta-me!

Liberta-me de mim mesma

Traz-me de volta a vida dos vivos

Não posso pisar nesse vazio de devaneios

de sonhos mal interpretados

E amores descabidos

Vem e enche-me com teu amor e me torna cheia

Apaga a luz, pois ela me ofusca a visão

Quero sentir-te na penumbra dos meus olhos

Onde estou nesse momento?

Estou desperta ou adormecida?

Não sei ao certo, em qual realidade habito nesse instante

Se eu estou lúcida ou louca

Minha loucura e minha sanidade se interligam

Ao mesmo tempo em que uma linha tênue as separa e as define

Muito mais que me sentir desperta, estou insone, muda, cega...

Estou despida

Despida de velhos pudores que me acompanharam até então

Despi-me e joguei para longe de mim minhas antigas crenças

Hoje estou desperta e insana

Liberte-me

Permita-me

E assim habitarei o mundo dos sonhos

Onde tudo é possível

Onde nada é pecado

Onde o errado não existe

E o certo é incerto

Loucura e lucidez são irmãs gêmeas

Liberta-me de mim mesma

Livra-me desse holocausto que é meu medo maior

E assim sem medos, sem pudores e sem desejos reprimidos

Eu estarei livre de tudo que possa me aprisionar.

patricia mackowiecky
Enviado por patricia mackowiecky em 08/09/2013
Reeditado em 03/04/2014
Código do texto: T4472172
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