A FUGA DO JAGUAR - O LIVRO
Toda cidade tem uma praça. Qualquer bairro ostenta um ambiente para o qual convergem os habitantes, mesmo que não possua status de praça. Mesmo não sendo gramada, ornada com árvores e flores. Pode ser um simples descampado onde se joga bola aos domingos, à noite acontecem encontros furtivos de namorados e as crianças correm ludicamente.
A área a que chamavam praça estava na iminência de deixar de existir. Seria destruída, escavada, revolvida, implodida. Estava sujeita a virar voçoroca, charco. O troar ensurdecedor das máquinas, bate-estacas, pás, picaretas, telas de arame, vergalhões suscitava uma conturbação.
As falações do povaréu eram diluídas pelo barulho. Ficava apenas uma indecifrável celeuma no ar. Os golpes das marretas feriam o solo e o juízo das pessoas.
A movimentação e a excitação podiam não passar de um conjunto de fatos corriqueiros. O inusitado que estava a se desenrolar ficaria por conta da relação que o ambiente traçaria entre o passado e os fatos que estariam por vir.
Aos finais de semana jovens e adultos passavam o dia jogando bola. O playground das crianças, os encontros lúbricos deixaram de ocorrer, descaracterizando-se depois que o local virou palco de acontecimentos tenebrosos. Ao anoitecer uma face medonha se revelava. Sujeitos de má índole praticavam atos abomináveis. No soturno os episódios torpes se tornavam mais claros(...).*
*Apresentação do início do 1º capítulo de A FUGA DO JAGUAR.
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