Decepção é uma palavra forte!

Decepção é uma palavra forte, carregada de uma sensação negativa, e todos nós sabemos o que é sentir isso.

Mas devemos entender que cada sentimento tem sua razão de existir. Querer se esconder daqueles que gostamos menos acaba tendo um preço alto. Esquecer alguém? Não, não, este gesto de imaturidade acaba levando-nos ainda mais a um abismo de sentimentos frios e inquietantes.

Ao longo de nossa vida a decepção aparece de várias formas, e se relaciona com diferentes aspectos, principalmente naqueles que envolvem relacionamentos com pessoas que consideramos importantes – inclusive conosco.

Quando nos decepcionamos, na verdade por trás estão também as expectativas que não foram alcançadas, o que esperávamos de alguém – e isso é fundamental para aprendermos a lidar com esse sentimento. Se a decepção é consigo próprio, normalmente ela serve para repensarmos se não estávamos iludidos com um excesso de confiança. É uma boa maneira de reavaliar qual tamanho e força temos, e começar a correr atrás do prejuízo.

A decepção será um problema se ao invés de lutarmos pela resolução, ao contrário nos entregarmos a um conformismo, a uma passividade e nos fecharmos. Nossas vidas não vieram com chips ou cartas marcadas não. Ela é uma construção, é uma luta constante.

Quanto maior a expectativa e o afeto envolvido, maior o choque quando esse outro se mostra de uma forma que não esperávamos. Devemos entender que as expectativas que temos sobre alguém são coisas da nossa cabeça, das nossas ilusões, não é a realidade, então as decepções algumas vezes servem para quebrarmos as projeções que fazemos (inconscientemente) das pessoas que nos relacionamos. Expectativas ilusórias tão presentes nas paixões vão sendo derrubadas. Essa decepção é uma ferramenta, que quando encarada com maturidade, nos leva a conhecer realmente quem está ao nosso lado.

Dói, dói muito, mas vai curando nossa forma de enxergar e cria uma consciência mais madura e saudável.

Obviamente que a pessoa que conhecemos com o passar do tempo vai sofrendo mutação, pois o conhecimento sobre algo ou alguém transforma o ser conhecido e aquele que está conhecendo, assim aquela frase do senso comum que diz que "o amor é cego", refere-se exatamente a nossa dificuldade de enxergar limpidamente a quem escolhemos nos aproximar, a quem dissemos amar.

Até que o outro seja conhecido por aquilo que é e não por aquilo que atribuímos a ele, o amor não pode existir.

Decididamente, de forma nua e crua, quando se ama alguém, ama-se suas qualidades e defeitos.

“Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!” (Rui Barbosa)

São coisas a se pensar!