Simples.

É talvez uma das frases mais repetidas pelas nossas mães e pelos botecos da vida: as melhores coisas da vida são as mais simples.

Está em todo canto, eu sei. Não é nenhuma grande descoberta da ciência, mas por mim eu grafitaria em todos os muros da cidade e daria um premio Nobel a mim mesmo a cada vez que em me lembro disso. Nunca é de mais reforçar essa grande verdade da vida, porque vira-mexe a gente esquece e acaba perdida pelos cantos. Por isso que eu digo com toda certeza desse mundo que a cada esquina deveria ter uma placa daquelas cheias de pisca-pisca relembrando cada detalhe que faz toda a diferença. Um sorriso, uma conversa boba que preenche a insônia da madrugada, a paz de uma manhã sem compromissos, uma música, um abraço, um desenho, uma poesia... Um amor, porque não? Sem cobranças, sem compromissos. Só pela arte de amar. Amar sem credo, sem cor ou pudor. Alguém, alguma coisa, um momento, uma sensação... A si mesmo. Um instante ou um piscar de olhos. Um detalhe, só pela simples beleza de existir. Sem tentar atribuir significado ou valor, só feche os olhos e pense em algo que te faz bem. Só por um momento esqueça o que você não tem. Esqueça o que você queria ter, e o que você não queria... Além do bem e o mau, além da razão, sinta. Deixe ser, permita-se sentir. Permita-se. Só por um momento, pra sempre. E quando você cruzar a esquina abra os olhos e lembre-se que há uma placa, daquelas vagabundas de motel de beira de estrada, a piscar desesperadamente pela sua atenção. Fui eu quem a coloquei. E só por você pensar que ela existe, ela estará lá. É pra te lembrar de que o desespero também é bonito e justo. É também pra me lembrar. Pra me lembrar que estar tudo fora do lugar é só uma questão de ponto de vista. Pra me lembrar que a paz nada mais é que a simples aceitação do caos. Simplesmente permita-se simplificar e encontrará a verdadeira beleza da vida, simples e pura.