InfelizMente, cobra

Na estrada da vida, rente ao espaço que andamos, nasce e persiste a erva daninha, o joio, o arbusto venenoso, espinhento...

Também, quase que invisível , camuflado, está o mal feitor, o observador golpista e oportunista, à espreita, na esquerda ou na direita...

Como animal peçonhento e rastejante, aguarda o momento exato para entrar em cena... Como traidor, espera que a vítima escolhida passe distraída, dispersa e o perceba... Age rapidamente, malfaseja...

Joga sua isca de falsa beleza, trazendo em sua "casca" veste imunda, que desconhece a nobreza...

Pesa sobre a face da terra semelhante ao manjolo, no engenho: Tritura entre os dentes a semente da inveja, da cobiça, do que é alheio, sem precisar dispor de esforços e empenho...

Infelizmente, contrário a boa semente do engenho, que saiu do bom fruto, e triturada, produz alimento... A vida lhe devolverá o resíduo do seu intento, que terá que digerir e engolir, à tempo...

Com seus truques mágicos, sedutores e ilusórios, adquirido nos densos laboratórios... Cega, hipnotisa o desavisado, o "inatingível", sem muita força... Que em seu aparente poderio, é atraído para atrás da "moita"...

E, quando as mordidas perdem o sabor do veneno proibido, a vítima se lamenta, acusa até os céus, desce ao inferno, definha, se vê sozinha...

Já sendo demasiado tarde para a situação se reverter, só resta a vergonha explícita, as feridas abertas, que perduram para o resto de sua vida, como um alerta...

E o oportunista, desprovido de boa consciência, conseguindo o seu intento, que é "encher" a barriga, em seguida passa mal e sente repugnância, mas sente-se satisfeito, naquele momento...

Certamente, de suas obras intencionadas, devorativas e destrutivas, vai se acumulando uma dívida, que no tempo oportuno terá que ser quitada, e crédito não sobra... Infelizmente, a vida cobra...

Como vigilante atento às oportunidades fáceis, o golpista da beira do caminho desconhece o que é moralidade, amor verdadeiro, bons costumes, vida digna e honrada, mesa abençoada...

Infelizmente, conhece os "becos" da vida, a sarjeta... Não desejou vida decente e age inconsequente, repentina e vulgarmente...

Com sua aura impura está à caça do que já está pronto, e usurpa, com usura...

Não tem capacidade para construir, nasceu para ferir...

Como vassoura, varreu e foi varrida, depositando o pó do seu casco na porta que está aberta, na vida...

Deixa sua marca impiedosa, costurada pela hipocrisia...

Como sugador parasita olha no reflexo espelhado de sua alma lisonja e aversa, agindo com astúcia perversa...

Dizendo-se pacífico, esconde as suas garras, as suas armas letáis...

E quando deveria agir pela paz, mostra porquê veio, sem nenhum receio...

InfelizMente, é mente que mente e traquina...

Oficina de baixa estima, que se subestima, se diz heroína...

Compra e vende na esquina...

Queima seus neurônios em sua abominável sina, dia e noite maquina...

Mesmo assim agindo, tem chance, felizmente... Porque a misericórdia divina age grandemente...

Feliz é a mente que a cabeça descansa no travesseiro, em paz...

Que não sente culpa da infelicidade alheia... Pois, no equilíbrio da balança, tudo se pesa e faz-se a cobrança.

SempreRose&Angel - Maio/2013

Rose Besen

Rosas de Rose
Enviado por Rosas de Rose em 21/07/2013
Reeditado em 21/07/2013
Código do texto: T4397934
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