O Predador
Andando pelas ruas hoje de manhã,
Notei debaixo de uma árvore
Um pequeno ninho caído ao chão
Refleti no por quê, e não entendi
O ninho estava inteiro e novo
Segui meu caminho, e mais a frente
Deparei com o mesmo quadro
Enquanto pensava a respeito
Ouvi o alarido de passarinhos
Ergui os olhos e vislumbrei
Numa árvore maior, um gavião
Garboso, seguro, despreocupado
Alheio ao desespero das avezinhas
Fiquei imaginando em como deve ser
A vida de quem destrói vidas para sobreviver
Mas é o instinto natural de todo predador
Lembrei-me porém, de que há pessoas assim
Que mesmo na fraqueza conseguem
Figuradamente devorar as mais frágeis
Sugando-lhes a vida, os sonhos, revigoram-se
E se restar alguma coisa, pisam e destroem,
Sinceramente, deve ser frustrante,
Ostentar poder, segurança, altivez,
Alicerçados, na destruição dos semelhantes,
No mundo animal, é instinto
Entre os humanos, é perversidade
Não ficará impune, pode ter certeza.