Uma liberdade que aprisiona

A gente não pode reclamar das prostitutas que querem sua profissão regularizada ou ganhem "bolsa prostíbulo" de dois mil reais. Enquanto isso, minha sobrinhas e suas amigas estão na maior aflição para conseguirem boas notas na faculdade para um emprego de 617,00.

A gente não pode ser contra a distribuição de camisinhas para nossos filhos de 10 anos, nas escolas, pois é ultrapassado e 'FORA DA REALIDADE" a educação que damos a eles sobre sexo seguro só depois do casamento e com a pessoa certa. E aí vem um doido desconhecido querendo convencer a pais e alunos que meninas e meninos com 10 anos podem transar para descobrir o corpo. O romantismo vai embora e os bailes funks proliferam... Mas a "psicologia" e a mídia dizem que devemos dar liberdade aos filhos.

ETC.

A gente não pode mais fazer, nem dizer, nem ter opinião sobre comportamento humano, ou fazemos isso pisando em ovos: tudo pode ser anti-ético, anti-ecológico, tudo é racismo, tudo é preconceito, tudo é homofobia, tudo é pensamento tacanho de religioso, tudo é ultrapassado... Tudo por causa da "liberdade de expressão".

Tudo é só tudo que é reprovável. Nada que se possa dizer a alguém e ouvir um: "é, vou pensar no assunto, você pode ter razão". A resposta sempre vem pronta, armada e defensiva.

Estamos enredados na nossa própria crítica e fazemos aos outros o que não queremos que eles nos façam: discordamos sem dar direito de opinião.

Criamos um monstro: fomos presos pela nossa própria luta pela liberdade. Enroscamos-nos na nossa própria armadilha do politicamente correto.

Eduardo Escreve
Enviado por Eduardo Escreve em 25/06/2013
Reeditado em 26/06/2013
Código do texto: T4357616
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