O cravo e a rosa
"... O cravo brigou com a rosa debaixo de uma sacada, o cravo saiu ferido e a rosa despedaçada..."
O miolo da rosa (o seu coração) indefeso no chão...
E as pétalas , que o completavam, espalhadas...
A rosa vê-se desfigurada...
Na tentativa exaustiva de reconstituir-se, busca pelo caule que a amparava...
Até a gotinha de orvalho, que na rosa repousava, em lágrimas chorava, e inconsolável, lamentava...
Mas a força do Bem, do Bom e do Belo vê já a cena restaurada:
Uma brisa suave, emanando um leve sopro, vai aproximando lentamente as pétalas e o caule, que unem-se mutuamente...
A rosa, sentindo-se restabelecida, procura o cravo, que tentando também reconstituir-se, afligia-se em agonia...
Estando ferido, forças não possuía...
O cravo sofria, porque em seu miolo(seu coração) permanecia "cravado o espinho", que no caule da rosa a protegia...
E a rosa, em sua alma de flor, transmuta a sua própria dor...
Exalando o seu perfume duradouro, retira do cravo, o espinho...
E ele consegue se recompor, sentindo-se novamente, uma flor...
"... Nos jardins imortais vê-se uma suave mão colhendo uma flor...
Com seus delicados dedos, retira do miolo as pétalas, uma a uma, pronunciando inocentemente: Bem me quer... Mal me quer..."
Que flor seria a escolhida? Mistério da vida...
SempreRose&Angel - 30.05.2013
Rose Besen