A INEXPLICÁVEL LINGUAGEM

Tu não tens nada de estranhezas, e, sim, habita em ti uma mulher absolutamente normal, com os seus sonhos inconclusos. Aliás, sonhos são sempre assim: nunca realmente acabam. Bem, amada diva sexuada, viajo com os teus fantasmas assexuados. Nunca me molestas com as costumeiras inquietações. Apenas assisto, com prazer, que está começando a agir em tua subjacência a aprendiz de feiticeira. E vais logo constatar como a Poesia vai vir à tona, inapelavelmente. Nem reconhecerás o teu ego e serás apresentada aos poemas de teu alter ego... É a linguagem do inexplicável, que chega com o seu guarda-chuva de mistérios, sob poucos sóis, muita chuva e alguns ventos, de lambuja...

– Do livro A FABRICAÇÃO DO REAL, 2013.

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