O CALVÁRIO NA ARTE DE ESCREVER ...


Parece antagônico, mas escrever é ao mesmo tempo arte e sacrifício, contar história e ilusão, sorrir e chorar, caminhar numa estrada cheia de pedras pontiagudas, em busca de um futuro melhor (incerto por sinal)...

Mesmo sabendo isso, despertou interesse o título do texto: O Calvário do Escritor (JJ de Souza)... E, lembrei da época em que comecei a sonhar com a publicação de um livro...

Uma das primeiras coisas consideradas, foi a necessidade de ganhar algum dinheiro com a venda dos livros: Parecia antagônico, principalmente pelo fato que todas as pessoas (a quem perguntava dizia que escrever podia ser, mas publicar e vender era outra conversa... Entendia que qualquer coisa nesta vida implica um desafio, e desafios existem pra serem superados (podendo, inclusive serem, superados)...

Assim, andei o primeiro passo (na estrada da publicação de um livro)... Lembro que na época era diferente, porque dependia especificamente de ter dinheiro (hoje, já existem os sites que divulgam que a pessoa manda o original pra lá e, publicam e vendem, enviando o valor dos direitos autorais) – Não sei se isso é real (já que tem tanta pizza na estrada), mas pode ser que algum site cumpra o que diz...

O segundo passo era transformar o que tinha a dizer em material a ser lido e entendido por outras pessoas... Eu sabia o que estava escrito (escrevia críticas sociais), mas possivelmente não conseguiria vender a desconhecidos... A quantidade de colegas, amigos e parentes não seria suficiente pra pagar o custo de uma tipografia ou gráfica (parentes, amigos e alguns colegas até dizem que comprarão pra ajudar), mas essa promessa é desanimadora e algumas vezes parecida com promessas de candidatos (após a eleição desaparece)...

Assim, a forma de andar o segundo passo foi rechear a crítica social com anedotas, assim falei num texto sobre o cheque das ararias Ali Sarinhei e os 40 ministros e noutro pequeno texto, imaginei o Tiradentes sendo julgado e olhando a platéia... Viu entre a platéia o Joaquim Silvério e gritou: FOFOQUEIRO...


Agora, uma coisa é certa: É preciso escrever, sabendo que muitas vezes apenas após a morte é que a gente começa a ser considerado (ou considerada)... E, somente gerações após gerações é que alguma coisa fará sentido... Falando sobre isso, não é que tudo que alguém escreva seja difícil de entender, mas, apesar de tentarmos uma linguagem inteligível algumas vezes vemos o que não existe no momento e ficará parecendo que as muitas letras estão te fazendo delirar (como disse certa vez um governante ao apóstolo Paulo – Atos 26:24)...


O terceiro passo na estrada da publicação de um livro é que, sendo escrever uma arte, sendo mais que juntar letras, palavras ou frases num texto, implica escrever porque sente que tem alguma coisa a dizer que possa ser útil a outras pessoas (e se através da arte de escrever puder ganhar algum dinheiro, tudo bem), mas não valerá a pena ser escritor esperando lucros...

Pode ser que vez por outro se tenha reconhecimento pelo que se faz, mas isso não deve ser o motivo principal de escrever...
Chagas dhu Sertão
Enviado por Chagas dhu Sertão em 31/05/2013
Código do texto: T4318292
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