APRENDENDO A DESATAR O NÓ DE GÓRDIO

´Penso que essa reflexão a que me proponho não é uma mensagem doutrinária ou de cunho religioso, mas apenas uma linha de pensamento que desenhará possibilidades de soluções para problemas que às vezes nos parecem insolúveis, reflexão esta desenvolvida a partir de uma bela lenda. A LENDA DO NÓ DE GÓRDIO.

Estamos acostumados a pensar soluções de acordo com regras pré-estabelecidas e muitas das vezes falhamos justamente onde a maioria também falhou, pelo simples fato de pensarmos e agirmos do mesmo modo que a maioria.

Isso se dá por termos seguido os mesmos conceitos e orientações anteriores na tentativa de resolução de um problema, ou seja, na resolução de um velho problema acabamos por seguir velhas “receitas” que nem sempre dão certo. Porém quando inovamos usando criatividade e desprendimento de velhos conceitos e regras a chance de vitória torna-se maior.

Vale lembrar, que essa forma de buscar soluções, que transcendem “as regras” da lógica do problema inspirou a lenda do Nó de Górdio:

Conta a lenda que o rei da Frigia morreu sem deixar nenhum herdeiro e que o Oráculo disse que o próximo rei chegaria à cidade num carro de bois.

Como o Oráculo era um sistema de adivinhação sagrado da Grécia antiga, onde as sacerdotisas de Apolo (Pitonisa) faziam profecias em transes. As respostas e profecias ali obtidas eram consideradas verdades absolutas. ( Wikipédia).

Foi assim que Górdio, um humilde carroceiro chegou à cidade e foi aclamado rei e, por isso, decidiu oferecer o seu carro de bois a Zeus, o Deus dos Deuses e para se lembrar diariamente da sua humilde origem atou seu carro de bois com um enorme e complicado nó a um poste em frente do seu palácio.

O seu filho e sucessor, Midas, conhecido na mitologia grega por tornar ouro em tudo o que tocasse, trouxe grande prosperidade ao seu reino, mas morreu também sem deixar herdeiro. É então que, novamente, ouvido o Oráculo, este declara que quem resolvesse o nó de Górdio se tornaria o rei de toda a Ásia Menor. Desde então muitos tentaram, porém não havia quem conseguisse desatar o tal nó.

Passaram-se muitos anos sem que alguém conseguisse desatar o nó Górdio.

Até que um dia, do ano de 333 a.C. o general Alexandre ( O Grande) e as suas tropas chegaram à Frigia ( cidade da Ásia Menor), para descansarem. Foi quando Alexandre ouviu a famosa lenda do nó de Górdio e soube da profecia que dizia que quem desatasse o complicado e estranho nó tornar-se-ia rei da Ásia Menor.

Intrigado com o fato, Alexandre, o Grande, decidiu ver o que tinha este nó de especial. Ficou pensativo em frente do nó, e verificou que o nó era muito bem feito e se compunha de tantas voltas que nem se podia perceber-lhe as pontas.

Depois de analisá-lo durante algum tempo, inopinadamente, desembainhou a sua espada e de um só golpe cortou o nó, pondo diversas pontas em evidência, tornando-se pouco tempo depois o maior líder da Ásia Menor (Plutarco, Clássicos Ilustrados, Alexandre e César, a vida comparada dos maiores guerreiros da Antiguidade. Ed. Prestígio).

Verdade ou lenda, fica assim um bom exemplo de como a solução de um problema pode tornar-se simples quando inovamos na sua resolução, quando analisamos por um ângulo diverso do comum e quando finalmente nos atrevemos a pensar e a agir diferente da maioria.

Pois de acordo com que reza essa lenda, o que fez Alexandre, se não apenas propor uma nova resposta a um problema sempre pensado sob o mesmo prisma ou sob a mesma ótica?

Todos os demais aventureiros sempre procuraram as pontas do nó para desatá-lo com as mãos, mas nunca conseguiram sequer encontrar uma das pontas, tornando assim o nó impossível de desfazimento. Alexandre, simplesmente, o cortou com uma espada, expondo as pontas dos nós em questão de segundos resolvendo assim aquele difícil dilema.

Isso porque seu raciocínio não estava limitado às vias comuns e regras pré concebidas para enfrentar o problema. Alexandre foi capaz de propor uma solução nova para um desafio antigo e que parecia impossível de ser solucionado.

Quase sempre o “monstro” da dificuldade só existe na nossa cabeça e quando paramos para analisar percebemos que apenas o nosso olhar sobre o problema é que o tornava de difícil resolução.

Que essa lenda sirva de exemplo para quantos buscam as soluções de problemas que parecem impossíveis de serem resolvidos. Talvez tenhamos que simplesmente fazer como o Grande General Alexandre, diante de um grande problema inovar com uma solução simples e prática.

Reflitam...encontrem e finalmente desatem o “nó de Górdio” em suas vidas.

Felicidades.