Em 13 de maio a Lei Áurea libertou os escravos no Brasil
Eis o escravo acorrentado
sofrendo o seu dissabor,
no navio vem assustado
vivendo imensa dor.
No peito a angustia berra!
Privado da liberdade,
nunca mais verá a sua terra
e a saudade o invade.
Este sofrimento agora
oprime e faz lembrar,
agora amarrado chora
e começa a cantar:
"Deus ilumina onde estou,
protege a minha gente!
Pra longe sei que eu vou,
escravo, sendo inocente.
Seremos sacrificados,
com todos os companheiros.
Mas nossos filhos amados,
não os deixai prisioneiros!"
Um lamento derradeiro
pois é hora de parar,
o seu dono e carcereiro
já está para chegar.
E quando chega o patrão
castiga sem piedade,
calando a sua canção
com chibatada covarde.
Foi assim a sua vida
sem prazeres e alegrias,
ganhou desde a partida
dissabores e agonias.
A Lei Áurea decretou
o fim da escravidão,
Princesa Izabel assinou
em meio a muita pressão.