Em 13 de maio a Lei Áurea libertou os escravos no Brasil

Eis o escravo acorrentado

sofrendo o seu dissabor,

no navio vem assustado

vivendo imensa dor.

No peito a angustia berra!

Privado da liberdade,

nunca mais verá a sua terra

e a saudade o invade.

Este sofrimento agora

oprime e faz lembrar,

agora amarrado chora

e começa a cantar:

"Deus ilumina onde estou,

protege a minha gente!

Pra longe sei que eu vou,

escravo, sendo inocente.

Seremos sacrificados,

com todos os companheiros.

Mas nossos filhos amados,

não os deixai prisioneiros!"

Um lamento derradeiro

pois é hora de parar,

o seu dono e carcereiro

já está para chegar.

E quando chega o patrão

castiga sem piedade,

calando a sua canção

com chibatada covarde.

Foi assim a sua vida

sem prazeres e alegrias,

ganhou desde a partida

dissabores e agonias.

A Lei Áurea decretou

o fim da escravidão,

Princesa Izabel assinou

em meio a muita pressão.

Antónia Neusa Oliveira (Aneusapoesias)
Enviado por Antónia Neusa Oliveira (Aneusapoesias) em 13/05/2013
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