EM TEU COLO
Quando dava aulas de natação recebi um novo aluno que não se entrosava com a turma. O garoto de seis anos encolhia-se sentado na beira da piscina e sequer levantava a cabeça. Pesava-lhe não só a timidez e o temor à água, mas a falta de uma das mãos.
Vários dias passei ao seu lado até conseguir que aceitasse entrar na piscina, levando-o em meus braços, outros dias se passaram até poder me afastar da borda. O menino tremia de medo, agarrado a mim com todas as suas forças.
Depois de muitas semanas começou a afrouxar seu aperto e a olhar o que acontecia à volta, até que soltou sua mão para espirrar-me água e riu demais daquilo. Como eu esperava por isto! Com este gesto ele estava me dizendo, “eu confio em você, sei que vai me segurar”. Daí para frente tudo se desenrolou e aprendeu a nadar.
Foi importante aguardar com paciência por este momento, não podia forçá-lo a nada, precisava esperar que ele quisesse.
Fico pensando que nosso Pai age assim conosco. Oferece seus braços amorosos e espera que O aceitemos. Mantém-nos protegidos em seu colo pelo tempo necessário, sem nos obrigar a nada, até entendermos que podemos confiar Nele.
Assim nossos caminhos se abrem para seguirmos, sabendo que sempre estará ali para nos segurar.