CRER E APRENDER: algo em comum?
Gostaria de dar minha contribuição sobre as semelhanças entre os atos de Crer e de Aprender. Faço-o motivado pela passagem do Dia da Criança e do Dia do Professor. Inspiro-me no modelo que o apóstolo reconhece em seu discípulo Timóteo: “Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, ... desde criança você conhece as Sagradas Letras ...” (2 Tm 3.14-15)
Tanto conhecer (e aprender) como crer têm em comum que preciso confiar. Seja na professora que ensina, seja em Deus, é confiança incondicional, é entrega que aí acontece. A fé ainda não se fortalece no ato de aprender muitas coisas com a cabeça. Ela se torna sólida, sobretudo, no ato de confiar, na entrega, no apostar a própria vida, no “pular no colo” de Deus Pai. É claro que a fé se torna uma fé esclarecida e inteligente ao saber dos conteúdos da Escritura, da Igreja, etc. Alvo desse ensino é o “estar preparado para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.” (1 Pedro 3.15).
A dimensão da gratuidade. Aprender é “de graça” para a criança, mesmo que nem sempre seja para os pais. Não há preço que pague uma boa formação. Crer também é de graça, de forma gratuita, não paga. E é dom, presente de Deus, oferta do grande e imerecido amor de Deus por nós. Isso é Graça!
Outra semelhança é a abertura ao novo e ao desconhecido. Seja na educação, seja no “crer sem ver”, há um aventurar-se rumo a algo novo e ainda desconhecido. É caminho que se abre somente durante o caminhar!
Ambos se estendem a toda a vida da pessoa, embora estejam mais presentes em fases específicas como os anos escolares e a Faculdade na educação formal, e os programas da Igreja como o Culto Infantil e o Ensino Confirmatório/ Catequese.
Formar bons hábitos, estimular atitudes positivas e criativas, fortalecer a vontade e a garra, etc., são alvo do processo educativo, mais que o acúmulo de informações e dados, tanto na escola (para formar bons cidadãos) como na igreja (para formar discípulos).
Educamos para a vida em comunidade, tanto a comunidade humana mais ampla, como a comunhão da igreja.
O berço da educação é, sem dúvida, a família. O papel fundamental dos pais para a educação dos filhos não pode ser “terceirizado”, nem para a Escola, nem para a Igreja. Ambas são importantes auxiliares. Destaco a dificuldade que encontramos depois de 12 anos de omissão dos pais no testemunho da fé cristã. Como então o/a adolescente poderá estar motivado para entrar no “Ensino Confirmatório”??
Por fim, destaco que a alegria, o prazer e o entusiasmo estão ligados às coisas da fé e da educação. A criança aprende brincando, divertindo-se. Já na igreja achamos que todo mundo deve estar sempre sério! Mas os encontros das crianças e dos jovens na igreja são muito divertidos e prazerosos!
Parabéns aos professores! Que Deus dê ânimo e sabedoria aos mestres de todos os tipos, em todos os lugares, para formarmos bons cidadãos e fiéis discípulos de Cristo.