Mesmo Que Mude
Todo amor que se esquece no final permanece num trecho de poema que é sempre lembrado.
Amor que é amor permanece dentro de um baú bonito de recordações, permanece carta, permanece escrita.
Um amor velho se guarda para que um novo se apresente, nenhum é substituído, não se compara, não é melhor nem pior que o outro. Amor que é amor é lindo pelos sorrisos, pelas lágrimas, abraços e despedidas.
Por que amor é isso que a gente conhece desconhecendo, é esse medo terrível de dar tudo errado outra vez, mas de tão belo se torna acerto desde o começo.
Todo amor que se esquece permanece rabisco de agenda, coração desenhado em árvores, caminhos que às vezes esquecidos, mas jamais apagados.
Quando se ama uma vez, ama-se duas, três, quatro, cem mil vezes. Por que coração não foi feito para ficar sozinho e vazio, por que um par de olhos não foi criado para refletir a solidão, por que dedos existem para serem entrelaçados a outros.
Amor que é amor, nasce, renasce, floresce e cresce. Permanece, ainda que só pela beleza da memória, ainda que só pelas saudades dos poemas.