ADEUS

Na tarde de 15 de janeiro de 2013

Dizer adeus foi o que mais fiz na vida. Dizer adeus, de comum, tornou-se um hábito que ainda me será tão natural como escovar os dentes – ainda não o é, mas o será. Ainda serei um ser realmente estoico, ainda aprenderei isso do meu ex-companheiro, um ser extraordinário, para quem não posso jamais voltar, mesmo que ele o quisesse, que ele não o mereceria, não mereceria ter de volta esta criatura sem esperança e sem alegria que me tornei, por mea culpa, por minha única e exclusiva responsabilidade. Ele não o mereceria, ser ímpar de coragem, um sufista não ortodoxo, se é que posso chamá-lo assim. Ser a quem respeito, diante de quem me curvo, profundamente. Ser de outro País, escritor exímio em Português, a quem saúdo e para quem peço saúde e paz.

Não há ninguém a quem responsabilizar por minhas derrotas, por meus fracassos, por minhas renúncias, por minhas desistências, a não ser a mim mesma. Não há ninguém, ninguém, além de nós próprios, a quem devamos responsabilizar. Mea culpa, mea maxima culpa.

É seguir, cumprir a vida, dentro do possível. Fazer o que podemos e devemos é já muito, tem que ser o suficiente,ao menos diante de nossa própria consciência. Tem que me ser possível,ainda.

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