ESTRELAS
(Para Ana Bailune)


 
A dor da perda é uma dor para sempre. Diante dela não existem palavras.
Conforta-nos saber que quem parte continua vivo em nós, só que de outra forma. Nas lembranças, nas fotos, nos objetos, nos cheiros, nas canções, nas estrelas...  

Nada do que se possa dizer fará diminuir a dor daqueles que perdem. Que o amor esteja sempre em nós e que as estrelas sempre iluminem os caminhos na penumbra da noite. Para mim elas são guias e quanto mais escura é a noite, mais elas brilham.

Ana, gostaria de deixar-lhe meu abraço e partilhar com você um trecho de um texto de Saint Exupéry, que muito me ajudou e ajuda até hoje:


“- As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém...

- Que queres dizer?

- Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem rir!

E ele riu mais uma vez.

- E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto... E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: "Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!" E eles te julgarão maluco. Será uma peça que te prego...

E riu de novo.

- Será como se eu te houvesse dado, em vez de estrelas, montões de guizos que riem...”


(Antoine-Saint-Exupéry, in Pequeno Príncipe)
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 26/12/2012
Código do texto: T4053595
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.