Espelho...

Desde cedo Clarice me sorriu, como alguém que sonha durante as noites e amarga nos instantes dos dias... Uma solidão atormentadora em meio àquelas pessoas que a circundavam... Uma vazio que parecia adormecer no peito de tão antigo e irremediável... A lágrima, lágrima, lágrima... Oras secretas ora contidas... Clarice sorriu, morno... Quase um esboço do espelho à minha frente, um grito, os gestos... Tão idêntica, tão embriagada de ódio e desamor... Quase a morte, quase a noite! E meus lábios quais os dela nem perguntam mais como anda a vida... A vida andou num inteiriço e nos deixou... Plantadas aqui com uma caneta e um papel nas mãos... a balbuciar, por entre as linhas, palavras de amores inexistentes e dores inapagáveis...

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 07/12/2012
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