Je suis le valise (a tal mala)

Não precisei de um tradutor para nominar meu texto.
Qualquer imbecil que fez um curso ginasial básico, sabe que "Je suis" em Francês, óbvio, é "eu sou". O resto, fácil imaginar, basta ler um texto sobre "o mala", que publicaram em nosso querido RC um tal Zé das couves.

Claro que como um mala confesso, não posso me dar ao luxo de escrever em Francês todo o texto, pois seria esnobe mostrar tal conhecimento ou exibí-lo aqui, na condição de um reles espinho. Onde já se viu um espinho, um mala se apoderar da lingua universal dos diplomatas, queiram ou não, os "comedores de hamburgueres".

Um mala ingua, um espírito de porco implicante e contestador de textos bonitinhos que aparecem por aqui, mas ordinários. Entendi assim: Chamar o comentariasta de "mala" equivale à grosseria de um pequenino Rei de Espanha, que não manda merda alguma, tal qual a rainda da Inglaterra e tem a petulância de dizer a um Estadista: - "Porque não te calas", coisas de Reis de segunda classe.

Confesso que sou eu, aquele mala que de vez em quando comento algumas bobagens escritas por aqui e me exaspero e às vezes dou a cara a tapa, tentando me explicar por e-mail.


Faz parte do livre pensar, da inocência, da boa intenção para uma convivência democrática e faz parte também do exercicio livre da manifestação, de preferencia sem censuras.

Geralmente quando um "mala" se manifesta, ou outro tem que ter educação e principalmente argumento para se defender e proceder às réplicas e tréplicas devidas e merecidas. É muito comum o agressor ser competente para elaborar bons textos, o que chamamos de retóricas, mas isso não impede que escrevam mentiras deslavadas e gesticulem em seus púlpitos com frases e delirios "jaborianos".

Fui acusado de fazer divagações inúteis, mas certo é que devo ter me encabulado com o perfil elegante e raro do pregador, visto que, comumente quando se vê um pregador dentro de um terno, a gente pode logo ir ironizando (pelo menos por aqui) que, "o dono dele era maior". Não se sabe porque eles insistem em usar uma veste que todos sabemos, somente se adequa a pessoas com uma irrefutável porte elegante.

Mesmo porque além de mala sou pegajoso e zombeteiro. Sou mala sem alça.
Sou tão mala que quando a minha bagagem se perde no aeroporto, eu fico rindo de quem a roubou, pois não sou idiota de colocar coisas de valor ali, pois geralmente o que prezo, carrego na bagagem de mão ou então despacho com valor declarado o que me assegura o direito de reaver o valor do bem perdido e roubado pelo outro mala do aeroporto. Rsss.

Já adotei outros procedimentos em relação à malas que despacho em aeroportos ou rodoviárias. NO aeroporto, o procedimento pode ser uma inscrição que não falha: "Essa mala estará voando nos céus, bem mais próximo de Jesus, meu senhor". Qual ladrão vai querer surripiar uma mala com uma mensagem dessas? Com todo esse romantismo e com essa sincera declaração de amor pelo DPE (Divino Pai Eterno). Só se ele for louco e desejar ir pro inferno de cabeça pra baixo, como um ímpio desclassificado e amaldiçoado por Deus. Rsss.

Se for na Rodoviária, a gente coloca uma inscrição mais pop, mais singela, mais simples, mais enternecedora: Já viajei de onibus e a minha pobre mala se salvou com os seguintes dizeres:

" Sou feliz com Jesus e com essa mala fudida que ele me deu de presente".

E acrescentei, : "Aleluia, irmão, pegue a mala do outro, porque a minha está protegida pelo sangue de Jesus, amém". Qualquer objeto que esteja dentro dela, se você roubar, usar ou vender, estará condenado eternamente a se queimar nos quintos dos infernos, segundo paragrafo tal, paginal, salmo tal, do tal livro sagrado.

Tiro e queda, ninguém bota a mão numa mala dessa.

Não sou um simples mala, sou um mala íngua, chato, pegajoso, enjoado. Quem não aguenta carregar mala, deve ficar em casa e restrito àquilo que sua resistência permite.

Quem não tem senso de humor, humildade e competência para uma boa briga de argumentos, que se recolha a sua insignificância de mero pregador de livros ensebados que existem por aqui.

São bontinhos, enternados, engravatados, mas são de fato mercenários da palavra de Deus e não admitem "desrespeito" como se duvidar do que eles pregam ou responder-lhes à altura, com argumentos e com a verdade, fosse um absurdo inadmissivel.

Por isso, eles se fecham e por isso eles censuram malas como eu.
Mas felizmente existe a liberdade de expressão e eu não estou trancados no "porta malas" do tal pregador.