E Deus é Tristeza
 
Deitamos em vossos braços todas nossas angustias
Sorves nosso amor barganhado
E ao final do dia de nossa dor te fazemos culpado...

Damos a ti nossa tola confiança...
E na loucura de não saber o que queremos
Acumulamos tuas mãos com nossas fúteis esperanças...


De nossas responsabilidades és responsável...
Matamos e morremos...
Esquecemos a própria fé em ti
E a guerra, por conta de nossas paixões, promovemos...

Quando felizes, de ti corremos...
E somente quando multilados
Nas orações teu nome é mencionado...

-Ah Legião de filhos cegos e ingratos...

Olho a face do criador...
Tão triste e sozinho... Tão amargurado...

Nas mãos pesam a desfaçatez de nossa fé...
E o senhor da criação rasteja atrás das criaturas
Esmolando joelhos que se dobrem...
Esquece o próprio senhor do seu berço glorioso de amor...
Prisioneiro de seu trono, negociando em troca de louvor

Ferido em sua onipotência...
E nós que somos imagem e semelhança
Simplesmente não o amamos...
E a assinatura no livro da vida é apenas um contrato
Eternamente nos servirá...
Fazemos do Arquiteto simples escravo...

Olho os olhos de meu criador...
Perdido, vejo o verbo que na solidão do nada
Tal como o deitar de muitas águas dançava...
Imagem e semelhança nossa...
E o verbo se fez presente... ”Como ele sonhava!”

Mais uma vez debrucei em minha janela...
Ah! Constituição humana, tão soberana!
E Jeová mostrou-se nos olhos tristes de um mendigo
Que na minha rua, esquecido, para o nada marchava...






Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 04/10/2012
Reeditado em 09/10/2012
Código do texto: T3916026
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