LIBERTANDO A LIBERDADE

Não há criatura que filosofe sobre a liberdade e por ela anseie, como pelo ar, a não ser os humanos.

É bem possível que uma pessoa passe dias e dias sem se conscientizar de que precisa dessas moléculas invisíveis para viver. Mas basta uma fração de minuto dentro da água ou sob densa fumaça para tal pessoa clamar, a plenos pulmões, pelo elemento vital para cada uma de suas células.

Algo semelhante ocorre com a liberdade. Enquanto a temos, não a guardamos num cofre. Suas vestes são invisíveis e, sem nos darmos conta, elas nos cobrem de dignidade.

Porém qualquer ameaça de sermos roubados dessa virtude, liberta o pânico. Perdê-la é perder muito do que é ser humano. E é esta a triste realidade de muitos. Presos por grades de ferro; outros, por grades invisíveis de opressão ou de privação de sanidade psíquica.

Pior preso é aquele que pensa estar livre. Nega ser escravo de sua ganância, culpa, mágoas, ignorância, preguiça, traumas, complexos, … Ignora que ele é seu próprio opressor, que o domina através do egoísmo, medo, vícios, …

Quem de nós não precisa libertar sua liberdade?

Ao conhecermos a verdade sobre nosso cárcere, ganhamos a chance de colocar as mãos na chave que destranca nossas algemas. Nesse momento, quem está se afogando pode gritar por socorro e aceitar a aproximação do salva-vidas. As lágrimas nascidas da consciência do encarceramento podem limpar os olhos e fazê-los enxergar que existe um potencial superior chamado liberdade. Para libertá-lo, necessita o ser humano compreender que precisamos uns dos outros e todos de Deus. É nesse terreno que frutifica a liberdade. No solo do amor ao próximo e do amor a Deus. No chão da humildade e da solidariedade.

Ninguém vai tirar de nós a liberdade de fazermos nossa escolha: permanecer em nossa prisão ou aprender com Deus a viver o dom da liberdade, projeto divino ao trazer os humanos para esse planeta.

“Se Jesus nos libertar, seremos verdadeiramente livres.” (João 8:36)