Convite: RESISTÊNCIA AO NOVO
Bosco Esmeraldo
Sempre houve e sempre haverá certa resistência ao novo. Isso vejo desde a minha mais tenra idade.
Através das eras novidade se arrastava no tempo para surgir ou aparecer. E, quando isso acontecia era um “Deus nos acuda”. Ficávamos boquiabertos com o fato inusitado. Na roça, quando eu falava de televisão (e isso há quarenta anos atrás), pessoas meneavam a cabeça em sinal de discordância, pois, na sua humilde concepção, era impossível acontecer. O rádio, era muito fácil de perceber, mesmo sem entender, pois já nasceram sob as ondas hertezianas da radiodifusão. Mas, televisão? Era gozação para eles. "Como poderiam fazer um cinema à distância aparecer num telinha em plena sala de estar? Não era fácil isso conceber. Só podia ser lorota".
Depois que deixa de ser novidade, tudo se torna a coisa mais natural do mundo. O mesmo ocorreu com o controle remoto. “Que onda!”, duvidavam até ver a realidade deixar de ser novidade. Assim, vamos reagindo a cada novo lançamento e o avanço da tecnologia, seja em qualquer esfera. Só que, difente de antigamente, não mais duvidamos, mas ansiamos para ver a última novidade anunciada.
Creio que o mesmo acontece na área da Literatura. Preferimos ficar amoldados aos estilos antigos e consagrados do que adotar algum outro novo estilo que vai surgindo aqui, ali e acolá. Ninguém que fugir da sua zona de conformo. O novo incomoda. Toda mudança ou “up grade” exige esforço, postura, atitude. De certa forma é traumático. Na verdade, até para aceitarmos uma mudança pra melhor, passamos pelo incômodo de sair da inércia para incrementar nova rotina, mesmo que esta seja para melhor ou para o ótimo da excelência.
Dessa ótica ou prisma, podemos sentir a massiça rejeição aos novos estilos literários. É muito mais cômodo continuar na mesmice do nosso “feijão com arroz de cada dia” do que mudar para um cardápio inusitado.
Lembro que ainda jovem, passando uma semana em São Paulo capital, em plena Avenida São João, saía do flat onde me hospedara e ia para os restaurantes. Não tinha constume de frequentar restaurantes e tinha receio de pedir algo que não fosse gostar. Assim, pedia um refrigerante e ficavai embromando, no intuito de ver e ouvir alguém pedindo algum prato para saber o nome e pedir também, caso a aparência e o cheiro me denunciasse agradável sabor. Daí ouvi alguém pedir “canelone com provolone”. Acho que era isso, não estou bem certo. Então ao ver o referido prato na mesa do vizinho, pedi o mesmo e gostei bastande. Mas comi durante os sete dias de minha estada em São Paulo “o de sempre!”, pois tinha receio de pedir outro e amargar o erro da pedida. Certamente que havia muitos outros pratos até mais deliciosos do que “o de sempre”, mas não quis arriscar.
Voltando aos novos estilos, ouso citar meus “VERSOS ESMERALDINUS” como um novo cardápio inusitado de aromas e sabores exóticos. Mesmo que pareçam difícieis, convido-os a ler e testar, pois certamente verão que tem sabor, aroma de aparência de “canelone e provolone” e, certamente. agradáveis paladar. Os amigos poetas que ousaram escrever nesses estilos têm confirmado que são de fácil digestão e agradável sabor.
Fica aqui o convite e desafio aos nobres e estilamados colegas poetas.
Sejam todos bem-vindos!
Link para Versos Esmeraldinus
http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=71156&categoria=U