Bens da terra
Deus concedeu a vida ao homem, e para suprir as suas necessidades, criou os bens da terra. Fez com que fossem atrativos ao homem, para que este pudesse cumprir sua missão, convidando-o, também aos excessos, para tentá-lo e assim provar sua razão. O prazer das coisas da matéria, é importante para que o homem participe da harmonia do universo, pois, se tivesse apenas utilidade e não atrativos, ele poderia negligenciá-las e comprometer os objetivos. A própria Natureza, que tudo regula, traça limites aos gozos da matéria. Quando o homem abusa, ele mesmo se pune. Um exemplo sempre citado é o da gula. Quando exageramos, comprometemos nosso bem estar.
Aquele homem que procura um refinamento nos prazeres materiais, aumentando os gozos pelo excesso, coloca-se abaixo dos animais, que sabem limitar-se na satisfação das suas necessidades. Ele despreza a própria razão, que Deus lhe deu como guia para a vida. Quanto mais excessos, mais ele se entrega à natureza animal e se afasta da espiritual. Com isso vem a decadência moral, as doenças e antecipação da morte, como consequências desse abuso. É também, uma punição pela transgressão da lei de Deus.
A civilização criou muitas necessidades que não existem no estado de selvageria, ficando difícil traçar uma linha divisória entre o necessário e o supérfluo. É claro que Deus não deseja que o homem civilizado viva como um selvagem. São estágios diferentes de evolução. A civilização desenvolve o senso moral e o sentimentalismo caridoso, propiciando a união dos homens. Deus insiste para que usemos a razão. É lógico que vamos encontrar homens que se dizem civilizados, mas vivem a custa de privações de outros, exploradas a seu benefício. Não possuem de civilizados mais do que um verniz, como pessoas que não possuem de religião mais do que a aparência.