Alma de uma árvore.

Sou uma árvore velha, mas com uma alma jovem,

Da eternidade a me acompanhar, conheci o avô do avô do seu pai,

E certamente se não for cortada por alguém covarde,

Conhecerei o neto do neto do seu filho,

Vivi por várias décadas e nesse tempo, pude ver,

O homem das cavernas sair, e pelo mundo caminhar,

Vi guerras entre tribos, e os índios respeitosos a me amar,

Eles conversavam com os espíritos, e a mim que procuravam,

Quando queriam se informar, eu lhes dava abrigo, alimento e proteção,

Mas muitas luas se foram passando,

E outros homens aqui vieram a chegar,

Matando todas as tribos, e os animais diversos a caçar,

Só pelo prazer pífio, de pelo poder da destruição conquistar,

Pobre homem de agora, que esse tempo veio herdar,

Pois havia um tempo outrora, que com todos os espíritos ele podia falar,

E ouvia de um amigo, alguém que nunca iria te abandonar,

Pois para muitos fui espírito e hoje uma mãe vim a me tornar,

Sou a mãe natureza, e este é meu lugar, me ouça filho errante,

Antes que eu vá te abandonar, pois seu irmão lhe clama:

Chega de guerrear!

Chega de tanta cobiça, e comece a observar,

Todas as árvores dessa vida,

Carregam os seus pelo ar, seus antepassados junto ao solo retornaram,

E através destas folhas, é que ganham os céus a voar, não me obrigue,

Filho amado, de esta casa lhe expulsar,

Pois o planeta sem você sobrevive,

E todas as árvores reflorescerão, sem o homem e sua ganância,

Sem ninguém para caçar e matar, os animais, nas pradarias,

Correndo sem parar, e o ciclo renovaria,

E nas cavernas você voltaria a morar.