Curva de rio
Na curva decisiva da estrada da vida há aquele ser humano que ali estaciona...
Vê a sua frente a retilínea estrada, mas opta por ficar na curva, esperando, espreitando...
Assemelha-se a curva do rio que acumula destroços dificultando a passagem da àgua e o fluir da vida, deteorando.
O intitulado "curva de rio" é um ser humano, filho de Deus, dotado de uma essência interior perfeita, mas que não consegue exteriorizá-la e expressá-la por sentir-se enredado em suas dinâmicas de vida...
Rotula-se como um ser frustrado e derrotado, destituído de força e coragem para libertar-se dos acúmulos e somatizações de experiências negativas e dos emaranhados herdados, carregando sobre si o peso dos eventos passados.
Se tiver a oportunidade de auto conhecer-se, descobrindo o seu valor e missão, encontrando a resposta e a solução para o seu destino funesto, começará um novo tempo...
Evoluirá como ser espiritual que é, independente da sua condição terrena e passageira...
Ultrapassará as barreiras físicas e ilusórias da vida, usufruindo da dignidade e prosperidade.
MAS, tristemente...
Há o morador da "curva de rio" da vida que decide ali morar e sente-se bem... Consegue auto anular-se e acredita que é melhor assim...
Acostuma-se com a podridão e o cheiro fétido de suas "artimanhas" destrutivas para impedir a evolução da vida que tenta viver nas margens e produtivas.
A vida que o rodeia é parcialmente danificada pela energia de seus pensamentos ardilosos, vingativos, frustrantes, odiosos e invejosos...
Tudo o que tentar nascer e sobreviver nas imediações desse lamaçal peçonhento é prejudicado tanto fisicamente como espiritualmente.
É quase impossível uma flor desabrochar, estando próxima a essa curva... Se a flor conseguir desabrochar é porque tem luz própria muito forte, que a renova...
Pois o olhar trevoso tentará ofuscar o brilho e a cor da flor, que o incomoda.
E a vida tenta vizinhar...
E conviver com o morador oportunista, conformado e encalhado...
Quando consegue alcançar ramos produtivos suga a seiva da vida e com seus pensamentos obscuros e com suas palavras horrendas e praguejosas - que minam de uma língua malidicente que vive do seu próprio veneno - destila a sua amargura, frustração e infelicidade por apenas existir e estar ali.
Imagina-se de que alto teor destrutivo seria o veneno se olhasse para a sua vida admitindo ser incapaz de evoluir, preferindo continuar no lamaçal... morreria de alta taxa de overdose craquenta e fatal.
Como parasita está sempre na curva, à espreita...
Tentando tragar toda e qualquer possibilidade de vida abundante que por ali vier a nascer e viver...
Estende seus braços saudosos com falso afeto, extraindo de sua inocente vítima aquilo que lhe é carência ou que não consegue obter com o próprio esforço e é bem discreto.
Vive nessa simbiose, aproveitando-se, absorvendo, degustando e cuspindo fora de suas entranhas a sua desgraça, através de suas palavras infernais e praguejantes, constantes...
Seus tentáculos destrutivos agem movidos pelas suas emoções aparentemente desinteressadas, mas recheadas de má intenção, com objetivo "mascarado" de destruição...
Tem o prazer de ver, saber e colaborar para a infelicidade alheia...
Alimenta-se "espiritualmente" da ceia.
Arquiteta em sua mente como conseguir o que almeja à custa dos inocentes, que são atraídos pelas suas lisonjas palavras, temperadas com doçura e ternura, mas no final são ardidas como pimenta...
Saqueia como ladrão oportunista, num círculo vicioso de preguiça e conformismo, gerando intriga e prejuízo.
Se uma semente cai em sua redoma é bem zelada até que floresça ou produza frutos, sendo então "depenada"...
É o triste fim dos desavizados, dos bons samaritanos: Engano.
E a vida continua...
Tentando vizinhar... E a curva de rio da vida continua lá...
Acrescentando-se de imundícies e de falsas atitudes, enredando-se cada vez mais em seus sentimentos e emoções estéreis, em dúvida...
Chegará o momento crucial em que não não desejará mais ser curva?
Atentará para uma flor que se multiplica ao longo do rio...
Em cada estação vive... As suas sementes espalham-se e são zeladas pelo universo...Sentirá o perfume e se admirará com a beleza ímpar de cor e vida abundante...
Firmará o seu olhar sobre o brilho reluzente do sol sobre as pétalas da flor...
Verá que é a mesma flor que inúmeras vezes arrancou...
Mas que novamente nasceu, sobreviveu, evoluiu, multiplicou.
ADMITIRÁ...
O que outrora negligenciou e a si mesmo negou:
Sempre desejou ser essa flor.
Na curva do rio da vida... O tempo passou!?
SempreRose&Angel - 01.05.2012