Dor de alma

Chega num momento inesperado...

Dilacera e desespera, sem espera e sem trégua...

Se transfigura, sem rascunho...

Aperta como grão no moinho, separando-se da casca...

Geme com gemidos inexprimíveis...

Queima como fogo avassalador...

Trinca os ossos, esfarelando-se como pedra ismiuçada pelo martelo...

Fere como faca de dois gumes...

Sangra como flecha enferrujada, transpassada...

Ferventa os sentimentos e as emoções e nas veias borbulha as explosões.

Gerando ...

Uma solidão carnal e infernal...

Perde-se a noção do céu....

Agarra-se ao solo, ao leito e ao véu...

Derrama-se a tristeza cruel...

Arde como ferida exposta que sangra ao léu...

Não se desfaz com lamentos, gritos e sussurros...

Nem lágrimas incansáveis são piedosas...

Mais parecem grãos de sal misturados ao vinagre, que se bebe em taça de cristal...

Não se divide e nem se doa... Tenta-se decifrar...

E no desatar do nó... Sem o dó... Sobra o só.

Quem a sentiu...

Experimentou a dor sobrenatural...

Que do mesmo jeito que chega, parte...

Sem deixar vestígios ou sinais, como o relâmpago que se desfaz...

Mas é real... Sem digital.

Rosas de Rose

Rosas de Rose
Enviado por Rosas de Rose em 24/08/2012
Reeditado em 20/09/2014
Código do texto: T3847114
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