Dor de alma
Chega num momento inesperado...
Dilacera e desespera, sem espera e sem trégua...
Se transfigura, sem rascunho...
Aperta como grão no moinho, separando-se da casca...
Geme com gemidos inexprimíveis...
Queima como fogo avassalador...
Trinca os ossos, esfarelando-se como pedra ismiuçada pelo martelo...
Fere como faca de dois gumes...
Sangra como flecha enferrujada, transpassada...
Ferventa os sentimentos e as emoções e nas veias borbulha as explosões.
Gerando ...
Uma solidão carnal e infernal...
Perde-se a noção do céu....
Agarra-se ao solo, ao leito e ao véu...
Derrama-se a tristeza cruel...
Arde como ferida exposta que sangra ao léu...
Não se desfaz com lamentos, gritos e sussurros...
Nem lágrimas incansáveis são piedosas...
Mais parecem grãos de sal misturados ao vinagre, que se bebe em taça de cristal...
Não se divide e nem se doa... Tenta-se decifrar...
E no desatar do nó... Sem o dó... Sobra o só.
Quem a sentiu...
Experimentou a dor sobrenatural...
Que do mesmo jeito que chega, parte...
Sem deixar vestígios ou sinais, como o relâmpago que se desfaz...
Mas é real... Sem digital.
Rosas de Rose