Em nome de Deus

Guerreiam as nações...

Joga-se os inocentes nas prisões...

Nos campos de batalha, dominam os canhões...

A raça humana, estraçalhada pelos cães...

Em nome de Deus, mutilam-se multidões.

As criancinhas, escudos mortais...

Os jovens, bombas ambulantes...

Os idosos, ossos impotentes...

Os homens, armas andantes...

As mulheres, submissas tementes...

Em nome de Deus, esquecem-se que são gente.

A ignorância, bala perdida, direcionada à alvo distraído...

A fé cega, dinamite em ponto de explosão...

A crença vã, fuzil empunhado na divisa da razão...

A imprudência, bomba que amedronta e paralisa a emoção...

O egoísmo, sentimento à emergir das profundezas...

Em nome de Deus, destrói-se a si mesmo e se põe à mesa.

O poder, nas mãos avarentas...

A fome, na secura do pão...

O inferno, nos muros sangrentos...

A morte, o maior número de caixões...

O céu, troféu de sacrifício, se impõe...

Em nome de Deus, atiram-se vidas na cova dos leões.

Falha de Deus? Culpado ou inocente?

O ser humano é juiz...

Condena, mata e crucifica... enterra também...

Com o seu livre arbítrio escolheu o próprio destino...

Infelizmente, destrói o próximo, morada de Deus...

Em nome de Deus.

Rosas de Rose

Rosas de Rose
Enviado por Rosas de Rose em 23/08/2012
Reeditado em 15/12/2014
Código do texto: T3845695
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