Em nome de Deus
Guerreiam as nações...
Joga-se os inocentes nas prisões...
Nos campos de batalha, dominam os canhões...
A raça humana, estraçalhada pelos cães...
Em nome de Deus, mutilam-se multidões.
As criancinhas, escudos mortais...
Os jovens, bombas ambulantes...
Os idosos, ossos impotentes...
Os homens, armas andantes...
As mulheres, submissas tementes...
Em nome de Deus, esquecem-se que são gente.
A ignorância, bala perdida, direcionada à alvo distraído...
A fé cega, dinamite em ponto de explosão...
A crença vã, fuzil empunhado na divisa da razão...
A imprudência, bomba que amedronta e paralisa a emoção...
O egoísmo, sentimento à emergir das profundezas...
Em nome de Deus, destrói-se a si mesmo e se põe à mesa.
O poder, nas mãos avarentas...
A fome, na secura do pão...
O inferno, nos muros sangrentos...
A morte, o maior número de caixões...
O céu, troféu de sacrifício, se impõe...
Em nome de Deus, atiram-se vidas na cova dos leões.
Falha de Deus? Culpado ou inocente?
O ser humano é juiz...
Condena, mata e crucifica... enterra também...
Com o seu livre arbítrio escolheu o próprio destino...
Infelizmente, destrói o próximo, morada de Deus...
Em nome de Deus.
Rosas de Rose