NÃO RESTOU NADA DOS OLHOS NOS OLHOS

Existia um senão na chama repentina;

uma esquina caótica, um beco sombrio;

foi um sonho ligeiro e de vasta vertigem

ou fuligem suspensa num redemoinho...

De repente a doença em forma de prazer,

um fazer exaustivo que não foi amor,

mas contou esse conto na flor dos sentidos;

repetidos derrames de paixão sem fim...

Foram dias eivados dessa infinitude

que não pude amarrar pra me fazer feliz;

para ser o que a vida me deixou estar...

Quando mais me lancei na ilusão do que vi,

existia um porém no luar dos teus olhos

e dos olhos nos olhos não restou ninguém...

Andrea Ghiorzzi
Enviado por Andrea Ghiorzzi em 22/08/2012
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