Alma pródiga

Errante, de eras remotas... de terras alheias...

De lugares longínquos... de tempos distantes... com bagagem militante...

Estrangeira, forasteira, sem "palpitante coração", movida pela desolação...

Estando sedenta, angustiada, inconformada, desabrigada, à vagar...

Buscando, incansável, um "lar, doce lar".

Anseia por respostas no vácuo do nada...

Onde se expreme, sem se soltar, perturbada pelo próprio gemido...

Estonteante, no vazio que também timbre, como sino ensurdecedor...

Não assimila o seu "estado verdadeiro", ofegante...

Alma perdida na lápide ambulante da ilusão...

Vaga como trem fora dos trilhos, caindo no abismo...

Sente, no seu "corpo sem vida" o que já não é mais...

Inconformada de como se vê, então , na sua real condição.

Se, por um instante conseguisse optar e não precisasse aceitar...

Renegar tão infortúnio destino que crê está a lhe esperar...

E esquecesse a "cartilha do ABC" terreno e tenebroso:

O inferno pode ser o além do esperado, doloroso...

Alvo e certeiro "depois"... assombroso.

Temendo esse fogo ardio que parece sentir a lhe queimar...

Um medo mesclado com o desconhecido e lhe ensinado...

Perde a oportunidade de em outra dimensão habitar...

E na Grande Luz se renovar... recomeçar...

No coração da Grande Alma, repousar...

Prefere revidar... renunciar.

Depara-se, após peregrinar exaustiva e insistente...

Frente a um portal recíproco à entrada de um viajante...

Que jáz sem "pátria amada"...

Em letras formais, com viva energia, um apelo chamativo:

"Entre, luz condicionada".

Num impulso cego e socorrente, no naufrágio penoso...

Na transição, que permeia a indecisão...

Vê, finalmente, a salvação.

A "saída" para um andarilho fugitivo da luz...

Adentrar nessa porta... sentir o espesso ar gélido...

Sintonia em harmonia, "bem hospitaleiro"...

Deveras, um bom lugar para se morar e descansar.

Hospedár-se-á por algum tempo...

Quem sabe décadas, séculos, milênios, eternamente...

Atráves dos ciclos, das emtrelaçadas gerações...

Dos embaraçados destinos funestos...

Nos emaranhados cordéis das repetições.

Estando acomodada nesta casa ampla, mal arejada...

Poderá até "trabalhar", um ofício pra se ocupar;

"tecer teias", "amarrar nós", "pintar o sete"...

Também terá "lazer": brincar de "esconde-esconde"...

De "vivo e morto", "caça-fantasma", "assombração"...

Então, se lembrará: COMO DEUS É "BÃO".

Ps: Quando você se sentir "incomodado" por hóspede tão inoportuno...

Anseará por solução, para que possa convencer o invasor de que há um outro lugar bem melhor pra se habitar...

Onde se descansa nos braços dos anjos e ancestrais de luz...

Sob a ministração dos seres do amor divino que se dá:

Um céu particular!

SempreRose&Angel - 22.08.2012

Rose Besen Scheffer

Rosas de Rose
Enviado por Rosas de Rose em 22/08/2012
Código do texto: T3843448
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