Proporção do boato
O fato do boato: falei no rato,
paguei um pato!
Comentei com meu sócio,
a palavra virou divórcio!
Ri da piada gesticulada,
e logo, falavam da fracassada!
Li o livro da vida,
a fofoca foi: - Que convencida!
Olhei os lírios do campo,
Disseram que escabelada, perdeu grampo!
Senti o perfume das flores,
logo, logo, o mundo ficou sem cores!
O elegante,
virou deselegante!
No horizonte, o belo por-do-sol,
Virou frio e vendaval!
Quando meus pés descalços sentiam a grama,
todos diziam que estava insana!
Ah, música que ouvia, das lembranças sentia,
Ecoou como penumbra daquele que nada via!
E essas palavras aqui jogadas,
por escritores criticadas.
Palavras cultas diz o dicionário,
Erradas nesse recanto missionário!
Alegria de um projeto concluído,
vira fama do projeto destruído!
Quem disse que na escrita não tem boato,
foi até esconder-se no mato!
Minha escrita subjetivou-se em amor,
quem leu pensou que era dor!
Com tamanho boato,
as palavras fogem do fato!
O escritor estupefato,
cansou, cansou de tal ato!
Escreve algo extraordinário,
e o leitor disse que é partidário!
Com tamanha proporção,
palavras vem e vão!
Palavras vão com um significado,
palavras voltam como um mascarado!
Fofoca, mexerico, boateiro,
vira verídico,veraz, na boca do boeiro!
Por isso todo cuidado é pouco,
palavras podem deixar louco!
Melhor parar aqui, pois esse texto,
pode deixar de ser fato e virar mais um boato!