Proporção do boato

O fato do boato: falei no rato,

paguei um pato!

Comentei com meu sócio,

a palavra virou divórcio!

Ri da piada gesticulada,

e logo, falavam da fracassada!

Li o livro da vida,

a fofoca foi: - Que convencida!

Olhei os lírios do campo,

Disseram que escabelada, perdeu grampo!

Senti o perfume das flores,

logo, logo, o mundo ficou sem cores!

O elegante,

virou deselegante!

No horizonte, o belo por-do-sol,

Virou frio e vendaval!

Quando meus pés descalços sentiam a grama,

todos diziam que estava insana!

Ah, música que ouvia, das lembranças sentia,

Ecoou como penumbra daquele que nada via!

E essas palavras aqui jogadas,

por escritores criticadas.

Palavras cultas diz o dicionário,

Erradas nesse recanto missionário!

Alegria de um projeto concluído,

vira fama do projeto destruído!

Quem disse que na escrita não tem boato,

foi até esconder-se no mato!

Minha escrita subjetivou-se em amor,

quem leu pensou que era dor!

Com tamanho boato,

as palavras fogem do fato!

O escritor estupefato,

cansou, cansou de tal ato!

Escreve algo extraordinário,

e o leitor disse que é partidário!

Com tamanha proporção,

palavras vem e vão!

Palavras vão com um significado,

palavras voltam como um mascarado!

Fofoca, mexerico, boateiro,

vira verídico,veraz, na boca do boeiro!

Por isso todo cuidado é pouco,

palavras podem deixar louco!

Melhor parar aqui, pois esse texto,

pode deixar de ser fato e virar mais um boato!

Andrea Ghiorzzi
Enviado por Andrea Ghiorzzi em 15/08/2012
Código do texto: T3832254
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