a segunda sombra (1)

Sonia era uma pessoa tranquila e feliz, até que lhe morreu o marido de acidente e, em seguida, o filho optou pelas drogas. Ela ficou muito triste, perdeu o riso que a caracterizava. Preocupada, a família a encaminhou ao psiquiatra.

Este lhe diagnosticou “transtorno afetivo bipolar”, nome cuja estranha popularidade a imprensa passaria a ridicularizar e os programas de humor na TV idem, e agora se chama “transtorno bipolar do humor”, tendo, em sua história, também sido apelidado de “psicose maníaco depressiva”.

Ato contínuo, o psiquiatra receitou-lhe imensas quantidades de Depakotes e Tegretols e uma consulta por mês. Sonia não tinha dinheiro para tudo isso , ao que ele lhe respondeu que as farmácias do Estado e do Município resolveriam o caso.

Algo não lhe cheirava bem nessa história toda. Anos antes, sua irmã ao passar por uma fase difícil, também tivera o mesmo diagnóstico e os mesmos remédios receitados.

Sonia resolveu esquecer psiquiatra e remédios. Ao invés disso, matriculou-se numa academia de ginástica e pediu para fazer boxe. Recobrou sua normalidade dando fortes pancadas no saco de boxe. E até hoje, quando acorda “surtada”, palavra que a psiquiatria lhe impingiu, ela vai para a academia .

Assim, a vida retomou seu curso.

Vendo a mãe tão segura de si e tranqüila, o filho deixou as drogas.

luciana vettorazzo cappelli
Enviado por luciana vettorazzo cappelli em 27/07/2012
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