A carne e o Espírito
A carne nada mais é do que uma roupa, uma vestimenta que o Espírito usa, para manifestar-se através dos órgãos materiais, sem perder a sua natureza espiritual. Todavia, o exercício das suas faculdades, fica comprometido, enfraquecido, pela grosseria da matéria, da mesma maneira que um vidro opaco se opõe à livre passagem da luz . Podemos também comparar a grosseria da carne, como se o Espírito estivesse andando em uma água lodosa. Uma das razões pela qual o Espírito sempre se sente feliz quando deixa o corpo físico.
Como o Espírito manifesta suas faculdades através dos órgãos, obviamente elas ficam subordinadas ao desenvolvimento e ao grau de perfeição de cada um. Como se comparássemos a excelência de um trabalho à excelência da ferramenta utilizada. As propriedades intelectuais, os conhecimentos, a evolução moral, etc, pertencem exclusivamente ao Espírito. A carne não lhe dá nenhuma propriedade, apenas serve como canal para que ele possa manifestar-se. É o Espírito que impulsiona o desenvolvimento dos órgãos.
Se as faculdades tivessem os seus princípios nos órgãos, não haveria necessidade do livre arbítrio, e o homem seria uma simples máquina, sem nenhuma responsabilidade pelos seus atos. Teríamos que concordar que os gênios das ciências e das artes, teriam conquistado essa posição apenas por causa de seus órgãos, e que um imbecil poderia ter sido um Einstein, se tivesse recebido outros órgãos. Suposição absurda, ainda mais se for aplicada às qualidades morais. O Espírito é tudo, a carne é provisória.