FAZER A MINHA PARTE - No início da madrugada de 12 de junho de 2012

O que realmente importa, a meu ver, é cada um fazer o que considere seja a sua parte. Estou tentando fazer, dentro dos meus limites, que são muitos, a parte que me cabe, a parte que julgo caber-me. Cada pessoa deve saber-se e sentir-se livre para agir de acordo com o que lhe pareça o melhor, a partir dos ditames de suas necessidades, de sua vontade, de sua consciência. Se nossos esforços não derem o resultado desejado, sempre haverá de nos confortar a certeza íntima de que fizemos a nossa parte.

Não tenho poder algum sobre o julgamento que as pessoas façam dos meus atos, esta é uma prerrogativa delas (muitas vezes nós mesmos não temos plena percepção das consequências deles, dos nossos atos, ou das nossas omissões). O que procuro é ter o possível de consciência sobre os motivos das coisas que faço, e vigilante o necessário para buscar sanear, o que consiga, de males que eu tenha causado, de sentimentos que eu tenha ferido. Muitas vezes é terrivelmente difícil, mesmo quase impossível fazê-lo, mas, é preciso tentá-lo, tentar ressarcir as pessoas do mal que tenhamos causado, por inadvertência, por outras inumeráveis razões; procurar reparar o possível de tais males, até o nosso derradeiro dia sobre a face desta Terra.

Isto é o principal do que entendo por fazer a nossa parte, a parte que caiba a cada um. Ainda que sejamos totalmente mal sucedidos, a certeza de que tentamos sempre agir com a máxima boa vontade, com a intenção mais limpa possível, nos garantirá uma morte ou uma passagem mais serenas para outro plano.

Na noite de 11 de julho de 2012.