"QUANTO MAIS ALTO O COQUEIRO..."
Havia em certo quintal dois coqueiros. Um deles crescera desmesuradamente, enquanto que o outro não passara dos três metros de altura. Todos os dias o mais alto insultava o menor.
- Que vês aí embaixo?
- Vejo a casinha do meu dono.
- Daqui eu vejo o prédio mais alto da cidade.
- Que estás vendo agora?
- Crianças brincando com barquinhos na chuva.
- Vejo um grande transatlântico ancorado no porto.
- E agora, o que vês?
- O fusquinha da minha patroa.
- Pobre coqueiro! Há poucos metros vejo uma limousine presidencial.
O céu escureceu. Nuvens carregadas formavam-se rapidamente. A tempestade não tardou. Um vento impetuoso investiu sobre aquela região. A destruição fora total.
Do coqueiro alto sobrou apenas a memória. O orgulhoso não sobrevive às tempestades da vida.
O outro – que não preciso mencionar o nome – permaneceu incólume, inatingível.
Com qual dos dois você se identifica? Lembre-se: quanto mais baixo o coqueiro... nem queda há.
ALMacêdo