fonte

A sequidão tomou meu ser

Os galhos já não iam rápidos

Lentos pensamentos

Rápidas lembranças

Nítido sentido

Da sua doce presença

Era flor morrendo

Ao calor do sol forte

E a chuva tão longe

Mostrava-me próxima morte

Então já sem pétalas

Fui a sua mão segura

E você com doçura me regou

Foi a fonte nascente

Regato formou

Da fonte fez um riozinho que

Minha raiz molhou

Tornei-me hoje arvore

Pequena mas com frutos

Doces frutos, escorrendo caldo

Das bocas havidas das crianças

Adultos e velhos

Hoje tão longe daquele tempo

Sentindo o sabor do vento

Na velha cadeira te vejo

Na janela de tardinha

Contemplo os cabelos brancos

E sei que é tu minha rainha

Minha princesa

Amiga e companheira do balanço

Em meus galhos,

Hoje empurra os netos e me acaricia

Lembrando ainda do meu estado e

Do rio que trouxeste da fonte

Do fruto doce que sabias que um dia

De mim comerias.

crisviana
Enviado por crisviana em 25/05/2012
Código do texto: T3687912
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