Sem arrependimento, jamais há lamento.
Curto um reggae, sim!
Mas não aprecio a "cannabis"
Nem louvo Jah Rastafari
Ou prego Selassié para alguém
Minha crença é outra
( e eu só disse que curtia um reggae! )
Literalmente penso nas aulas de filosofia
Já li Homero, leio um Tolstói
e abrigo um Dostoiévski na estante mogno
Bem sei que ando de cabelo penteado de lado
No estilo burguesinho do RJ de décadas passadas
E com cachecol combinando com as cores da roupa
No entanto, nunca foi Sofista, crítico literário, nem mesmo estilista...
Se já usei o que todo mundo usava porquê estava em uso na moda?
Sim. E você, nunca?
Confesso que tento e/ou busco praticar o Espiritualismo
Dentro e fora de mim
Procurando tornar-me um ser melhor
Pela prática do Bem, da paciência e da aceitação
Mas longe de mim ser um Buda
O Buda foi Buda e por isso é que eu não tenho o nome dele
Nem "B" tem no meu nome!
Critico e repudio
Tenho preconceitos
Talvez já não seja mais tão compassivo como antes.
Conceituo errado
E assim deturpo o conceito.
Eu erro, julgo, critico, verbalizo não ser amoral ou hipócrita
Declamo:
- Não, eu não tenho nada contra o __________, só acho que...!
E eu só acho mesmo, não sei de nada.
Utilizo-me de um "jaz" Sócrates para dizer que: "Só sei que nada sei".
Dessa forma o meu discurso fica mais bonito e requintado.
Tenho dó das pessoas que realmente sabem o que é a pobreza e respiram a miséria. Calma! Não estou pagando de ricaço. Só disse que penteava o cabelo de lado no estilo burguesinho. Mas não me classifico como tal na essência da palavra. Eu apenas tenho dó destas pessoas pobres, porquê vê-las comove o meu coração e me "aflige a íris". Dizem que ter dó não é o correto, e que compaixão é o termo mais aplicável e o sentimento mais apropriado para o coração experimentar. Mas eu tenho dó mesmo...pois é triste.
- Diferenças -
O que seríamos sem elas? Perdão aos roqueiros, sertanejos, emos e até mesmo aos "regga(eiros)", mas gostaria de aqui fazer uma reflexão. Aliás, para que perdão se o espaço é mesmo para a exposição da ideia. E ideia não mata, ideia dá vida.
O que seria da música se não houvessem os diversos gêneros? Já pensou se todas as pessoas cantassem, tocassem, compusessem reggae?
O que faz do reggae uma música apreciada, ou do rock, pop, blues, MPB, gêneros também admirados não é senão a diferença entre eles?
Que bom podermos escolher as coisas na vida e termos a oportunidade de experimentar as diferenças e, aí então, nos diferenciarmos por aquilo que somos, ou melhor, que escolhemos ser.
O exemplo da música vale para outras coisas também. Vale para escolher aquilo que você quer ser. Quer ser hippie, falar de política de desarmamento internacional, comer hambúrguer norte-americano no shopping, tomar água da torneira e morar num apê bacana. Então vai! Não se preocupe se as pessoas lhe dirão:
- Nada a ver você ser hippie e comer hambúrguer norte-americano e ainda por cima vir me falar sobre o desarmamento internacional. As coisas não combinam umas com as outras!
Responda:
- E daí! Quem disse que para comer hambúrguer você não pode ser hippie?
- É TOSCO ISSO, MAS ACONTECE COM A GENTE -
TODO MUNDO É DIFERENTE.
Tão bom poder dizer o que somos e escrever uma microbiografia do "nosso eu" de verdade. Do eu desinibido e desenvergonhado das opiniões alheias e desprovido das mesmices rímicas de um poema formatado.
A gente sempre acaba buscando um referencial para a vida...
e o meu sou eu mesmo.
P.S. (quem sabe amanhã essa mensagem vire uma nua hipocrisia)