Quando Perdemos Alguém Que Amamos
Não existe paliativo diante do sofrimento de perder alguém que amamos. Somente quem experimenta tal dor, conhece sua intensidade, não existem palavras para expressar o sentimento de luto, que maltrata o espírito, sufoca a alma e adoece o corpo.
Por mais que pensemos na morte ela nos parece muito distante, jamais irá nos atingir, pois trazemos em nosso espírito a centelha da vida eterna, quando nos deparamos de perto com a realidade nua e crua, sentimos a dor na alma.
Há quem evite falar no assunto por ser contrario a tudo que a vida representa, sofre em silencio a dor da separação, outros não esquecem e passam anos imersos na dor.
Resta o vazio e mesmo rodeado de pessoa a solidão é tudo que resta. É impossível viver sem questionar um processo que é natural e que por ser comum a toda criatura viva, não aceitamos.
Acreditar que não fizemos o melhor, ou que não fizemos o possível para evitar a morte da pessoa amada atormenta nosso espírito por longo tempo. A pergunta que quase nos enlouquece de dor não cala, indagamos mil vezes por que, e não existe resposta, procuramos um culpado e nem isso existe, não importa a causa da morte, ou quanto tempo a pessoa viveu, nada traz de volta aquele que se foi.
Se olharmos para o lado com atenção, vemos que existem sofrimentos semelhantes ao nosso, que outras pessoas experimentam a mesma desolação e passam por ela com dignidade.
Sofrem em silencio e não lamentam, com o passar do tempo superam a dor, encontram outros meios para prosseguir vivendo, em memória aquele que partiu, passam a valorizar as pessoas próximas, alteram seu comportamento e melhoram suas atitudes e gestos.
Compreendem que o remorso por erros cometidos, e pelo que se deixou de fazer, já não significa nada e consume o próprio espírito em sofrimento inútil.
A morte do corpo físico é o meio da alma transpor a barreira que nos separa da vida espiritual, invisível para nós que vivemos imersos na matéria.
Muitos conseguem transformar a dor num poderoso aliado para melhorar a própria existência, preenchem a tempo ocioso sendo úteis e fazendo o bem ao próximo.
Ao entendermos que quando amamos alguém de verdade, não perdemos, pois não podemos perder o que não nos pertence, pois, tudo que existe no universo pertence a Deus.
As pessoas estão, e fazem parte da nossa vida, para a própria evolução, e para nos auxiliar a evoluir. Mesmo aquelas pessoas que são difíceis, que nos criam problemas constantes, são as que mais necessitam ser amadas e compreendidas.
Através do nosso sincero pedido de perdão aquele quem nos deixou, ao mesmo tempo perdoando os erros cometidos contra nós, estaremos abertos para cumprir o tempo que nos resta com dignidade, apesar das dores da existência.
Quem ama plenamente, mesmo sentindo saudade da pessoa que se foi, liberta o espírito da pessoa amada para que siga em paz. E nesta paz, encontra conforto e recursos para continuar a viver.
O nosso amor não cessa com a morte daquele a quem amamos, continuaremos amando por toda a vida. O amor transpõe a barreira do entendimento em relação a morte, transpõe a barreira do tempo e do espaço, e perdura pela eternidade.
É essa compreensão que trás para dentro de nós a certeza do propósito da vida, da fé inabalável que temos em Deus e na imortalidade do espírito.