RIMAR É APENAS GOZO ESTÉTICO?

De tempos em tempos aparecem novos elementos definidores de modelos estético-históricos: as chamadas ESCOLAS LITERÁRIAS. Estas registram formas, formatos, temas e o fazer poético diferenciado, entre um e outro tempo. Nestas, consagram-se peças poéticas e o modelo de ‘como fazer versos’ dominante naquele momento da vida sócio-literária. No Brasil modernista, desde o início do séc. XX, o cânone dominante é o POEMA em versos brancos, sem rimas. Quem escreve silabando e rimando alia-se ao passado, a destempo, na contramão da história, porque é um olhar para trás, para o passado... Não se trata de algo de somenos, nem é uma simples questão de gosto estético, no fazer poético... No caso do soneto clássico, por exemplo – que tem mais de setecentos anos desde o seu aparecimento, na Europa – o escriba da atualidade que escreve sonetos, com pretensão de ficar na história literária de seu povo, vai competir com a genialidade dos sonetistas dos últimos três séculos de registros literários no Brasil. A não ser que seja um gênio, está fadado ao desaparecimento quase que imediato, por falta de qualidade estética. Bem, o que tenho observado é que os autores contemporâneos criam textos nas chamadas FORMAS FIXAS – na qual se inclui o soneto – somente para praticar a Poesia, alimentar o ego e, com isso, cultivar o diletantismo... Para entenderes melhor essa complicada temática, segue ao Recanto das Letras e lê os meus textos nas modalidades TUTORIAIS e TEORIA LITERÁRIA... Se os tivesses lido, já terias compreendido o que ora sintetizo, no sentido de atender aos teus apelos de irmã-poeta igualmente ‘condenada ao verso’...

– Do livro A POESIA SEM SEGREDOS, 2012.

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