PROCURA-SE
Alguém viu por aí o Sorriso?
Procura-se urgentemente para ser devolvido
Ao rosto triste, amargurado, abatido
Aos lábios antes doces, hoje caídos,
ao coração que sente como se houvesse morrido.
Procura-se freneticamente pela Verdade
Só aceita por inteiro, gloriosa em sua majestade
Sem subterfúgios dúbios ou pela metade,
por meios que calou-se mesmo a sinceridade,
Oculta ou á mostra é sinônimo de liberdade.
Busca-se intermitentemente pela Coragem
Tão confundida e deturpada em sua imagem
Que muitos se deixam enganar temerariamente também
Pela falsa idéia de que ter coragem é não temer nada, nem ninguém.
Ledo engano, triste pensamento, seja aqui, ali, além.
Quem sabe dizer onde anda a Justiça?
Precisa-se encontra-la sem preguiça
Para que deixe de imperar a maldita sevícia
E volte a igualdade entre as gentes, sem utopia ou malícia
Permita-se então livre reciprocidade de mil carícias.
Procura-se ainda pela Esperança
E no ventre, no embrião não morra a criança
Irmã do Sonho, antes que este se torne
Pesadelo incessante e de proporções enormes
Deixando apenas Dor e Ódio como herança
Aos filhos do egoísmo dos que se chamam homens.
Procura-se a Vergonha, desesperadamente
Antes que o ser humano deixe de ser gente
Permanecendo para sempre vil, torpe, indecente,
Mentiroso, injusto, tolo, cruel e inclemente
Como vampiro do semelhante inocente:
Homem lobo do homem, indefinidamente...
Procura-se no gênero humano, a humanidade
Buscando evoluir, por amor e caridade
Buscando ser perfeito, por livre vontade
Procura-se no homem sua essência: Divindade!
Recompensa : ser Eternidade!