O CORO DE VOZES

Recebo, com imensa alegria, o primeiro contato com uma escriba de meu rol de amigos, refletindo sobre o texto que tem por título OPRESSÃO: "Poesia é a voz dos oprimidos de coração ou da algibeira.". Feliz e honrado, passo a responder.

“Sr. Joaquim Moncks

Perdoe o palpite...

Mas: "A algibeira do oprimido

está no coração!" Rsrs...

Não existe oprimido de ou da

Os oprimidos são de e de

ou seja, de + de = uma triste voz

ou= um triste coro de vozes...

Muito Prazer...”

Cler Ruwer.

– via Orkut, em 25/03/2012, 03h10min.

Cler, amada! Para nós, poetas, portanto, naturalmente condenados ao pensar, tangidos pela ótica da sensiblidade, realmente "a algibeira do oprimido está no coração", como dizias no intertexto criado sobre o meu pensamento publicado no Recanto das Letras e republicado na página do Orkut. No entanto, esse pensar é "coisa de poeta" – em saldo expressivo de DILETANTES – que sequer ruminam o que vem ou o que sai para a net ou para a impressão. Por falta de trato literário, sequer fazem a "transpiração", ficando, apenas, no primeiro momento de criação, em que predomina a "inspiração", fruto do fenômeno espontâneo da intuição, tão comum aos bem-dotados e desejosos de um mundo diferenciado. Daí que tudo o que resta lavrado é de uma doçura, de uma ingenuidade de fazer dó, principalmente na ótica poética feminina... No caso do teu intertexto em exame (perfeitamente entendível e louvável para esses espíritos amorosos e ingênuos), o que me parece é que temos uma visão pouco aproveitável para o desconhecido receptor, que, em regra é "pão pão, queijo, queijo", desejando receber, por suas características, um conteúdo, uma proposta mais palpável, mais material como a da “Poesia opressão de algibeira”, porque esta é a sua necessidade de uso, mais ao alcance de seus desígnios. Muitíssimos sequer sabem o que é – formalmente – a expressão poética, e no que ela pode ajudar, porém nós sabemos que aquilo que está na “algibeira” todos dele urgem para suprir necessidades de várias nuanças. Portanto, a proposta de reflexão – a do texto original em discussão – parece-me OPORTUNA e CONVENIENTE. Os parâmetros de sensibilidade traduzida pelos poetas líricos, ainda mais nas facetas amorosas (que não é especificamente o caso) são – sempre – melosos demais para uma grande parcela de leitores. Há que se ter cuidado com esse viés, que não é o da contemporaneidade das relações da vida atual. Curiosamente, é essa abordagem doce que faz com que se possa “amansar” – pela divulgação da Poesia – os espíritos da sociedade atual. No entanto, não se pode esquecer que precisamos criar a obra de arte para todos os filamentos de sensibilidade, procurando inocular o Amor nos mais recalcitrantes de amarguras... Bem, estamos propondo aos LEITORES, e são eles que vão dar asas à proposta que o texto encerra. Mais: sem eles a relação literária não logra existência... Obrigado pela interlocução agradável e construtiva.

– Do livro ALMA DE PERDIÇÃO, 2011/12.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/3575077