195- Vou colocar a boca no trombone!

O que foi estudar na Escola Cooperativa

Gralha Azul

Foi ouvir algumas gargalhadas de escárnio de não-alunos da

Gralha,sentir o preconceito dos tradicionalistas e por vezes duvidar da

minha escola.Foi depositar preciosa confiança em meus pais,em sua vontade e

em seus conhecimentos.Estudar na Gralha foi possuir crença positiva em

mim,nos alunos,professores,funcinários e pais.

Foi poder enxergar meu amadurecimento,fazer críticas a mim e

ao mundo.Foi descobrir coisas interessantes em locais desacreditados e

conviver com meus próprios preconceitos,vencendo uns e mantendo outros (que ainda irei derrubar).

Foi pensar sobre a vida, os números ( por vezes a contra

gosto ),os fenômenos químicos e físicos,sobre o passado, a política e a

economia de diversos países,sobre os símbolos de nossa sociedade,de nossa

arte e língua.Foi conhecer nossos limites corporais e a realidade de

outras

escolas,através do esporte.

Foi ver o país em encontros de adolescentes,debatendo e

estudando nossa sexualidade.

Foi descobrir que sou capaz.

Foi (às vezes ) , discussão e desentendimento com colegas e

professores e amizade e respeito para com os mesmos.

Foi, apesar dos obstáculos que muitas vezes me

venceram,gostar

de estudar e de aprender.

Foi não ser medido por notas e por números.

Estudar na Gralha Azul foi não alienar-me de mim mesmo.

Luís Gustavo Guadalupe

Silveira - 1999 -

- Estou tentando fazer com que essa escola em que meus filhos estudaram se torne visível.

Procurei,procurei e achei esse texto,escrito por meu filho mais velho,aos 18 anos.

Vou colocá-lo aqui.ali e acolá. E gritar: existem propostas humanizantes de Educação.

Só não valem um espaço na mídia.Pena.

Maria Neusa em março de 2012

maria neusa
Enviado por maria neusa em 12/03/2012
Reeditado em 12/03/2012
Código do texto: T3550040
Classificação de conteúdo: seguro