Rosa transcendental II

Eu vi no palco de existências frágeis muitos seres vestidos em suas couraças, destilando ameaças, num compasso do oposto, encoberto.

As cenas vão se sucedendo e a cegueira humana assistindo...

Ora, agem como pacíficos, com implante de desavença e guerra...

Ora, interagem com delicadeza, envoltos em gestos brutos e bruscos...

Ora, revelam a fortaleza, abraçados com a fraqueza.

Expressam o orgulho, que permite a fonte secar...

Desfilam a arrogância, que bloqueia o fluir natural...

Representam a imponência, que inibe o curso da vida real.

Agem com crueldade inocente, desviando-se da culpa...

Com imprudência intolerável, camuflando a razão...

Aplicam a sabedoria adquirida, excluindo a emoção.

Com pesar, vão interiormente se deteorando...

E as doces imagens, respingando...

As mais belas paisagens, ignorando...

Os sonhos, rabiscando e anulando.

Os eventos vão acontecendo... o barco afundando...

A casa quase incendiando... o abismo se aproximando...

O lamaçal se arrastando... a areia pelos dedos, escapando...

Com o conhecimento e a experiência adquiridos, vão destruindo..

O começo, os entremeios e as causas, lastimando.

Vão se mostrando faces ocultas e opressoras, que devoram...

Usurpam a essência e a jogam fora...

A dor e o sentimento, ignoram...

Como algozes, destroem impiedosamente....

As consequências são visíveis, intragáveis e inaceitáveis.

Não devia ser assim...

A vida devia ser transparente.

Mas, a voz do amor não se cala e lateja...

E em todos os âmagos, penetra e perscruta...

Mesmo que não o sintam plenamente.

Na remissão está presente...

Também, na cortina que se fecha, jamais ausente.

Rosas de Rose

Rosas de Rose
Enviado por Rosas de Rose em 05/03/2012
Reeditado em 24/11/2015
Código do texto: T3536905
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