Rosa transcendental II
Eu vi no palco de existências frágeis muitos seres vestidos em suas couraças, destilando ameaças, num compasso do oposto, encoberto.
As cenas vão se sucedendo e a cegueira humana assistindo...
Ora, agem como pacíficos, com implante de desavença e guerra...
Ora, interagem com delicadeza, envoltos em gestos brutos e bruscos...
Ora, revelam a fortaleza, abraçados com a fraqueza.
Expressam o orgulho, que permite a fonte secar...
Desfilam a arrogância, que bloqueia o fluir natural...
Representam a imponência, que inibe o curso da vida real.
Agem com crueldade inocente, desviando-se da culpa...
Com imprudência intolerável, camuflando a razão...
Aplicam a sabedoria adquirida, excluindo a emoção.
Com pesar, vão interiormente se deteorando...
E as doces imagens, respingando...
As mais belas paisagens, ignorando...
Os sonhos, rabiscando e anulando.
Os eventos vão acontecendo... o barco afundando...
A casa quase incendiando... o abismo se aproximando...
O lamaçal se arrastando... a areia pelos dedos, escapando...
Com o conhecimento e a experiência adquiridos, vão destruindo..
O começo, os entremeios e as causas, lastimando.
Vão se mostrando faces ocultas e opressoras, que devoram...
Usurpam a essência e a jogam fora...
A dor e o sentimento, ignoram...
Como algozes, destroem impiedosamente....
As consequências são visíveis, intragáveis e inaceitáveis.
Não devia ser assim...
A vida devia ser transparente.
Mas, a voz do amor não se cala e lateja...
E em todos os âmagos, penetra e perscruta...
Mesmo que não o sintam plenamente.
Na remissão está presente...
Também, na cortina que se fecha, jamais ausente.
Rosas de Rose