Movimento
Estou a divagar olhando as alturas...
Acúmulos de nuvens desenham o céu,
Formas eloquentes viajam ao vento norte...
Titãs e velhos anciões parecem indicar,
Que o tempo corre... E pode se esgotar...
Quál tempo? Pergunto. O do mundo...
Do nosso sistema solar? Ou da minha vida?
Rostos de barbas longas seguram pergaminhos,
Revelam coisas anotadas a se desmanchar...
Será meus enganos? Pecados? Extravagâncias?
Nas térmicas circulam os urúbus...
Fizeram a limpeza habitual do seu dia...
E num aspiral parecem empurrar a impureza da terra,
Acúmulos nimbos começam se formar...
A brisa se torna em vento dissípador,
A química estabelecida, começa a trabalhar...
Negras nuvens, raios e trovões dão-se lugar,
A chuva abençoada precipita-se a cair...
O cheiro de terra molhada perfuma o ar,
Tudo esta em constante movimento...
Então por que ficar parado? Esperar cair do céu?
Movimentar-se enquanto é tempo é primordial,
Ninguém constrói se não pegar o barro molhado...
Sem colocar no forno e machucar as mãos,
Agradeço a Vida que me faz refletir...
As inúmeras químicas que nos vem ensinar,
A minha vida sem dúvida é a resposta!
A arco de Deus surge no firmamento,
Cores múltiplas embelezam o céu...
Sem palavras alguma sorriem e falam aos homens...
Que o que é belo ainda pode ser visto,
Que o seu tempo pode mudar,
Que um banho límpido pode ser tomado...
Que sua vida pode florir, restaurar.
O vento forte se torna em brisa suave...
A tarde cai tranquilha, novo decorar a cada dia,
As primeiras estrelas dão seu brilho...
Como trófeus de diamantes a ser conquistados,
Então eu vejo o quanto eu sou rico...
Tenho por telhado o céu... Pelo quintal meu caminhar,
Por cartilha a Palavra. Posses? O que Deus nos deu...
É muito bom viver!!! Movimenta-se!